Videmus
nunc per speculum…
(1 Co 13.12 “Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente,
como também sou plenamente conhecido”.)
Para
Freud, a sanidade do indivíduo está no confronto dosado entre o princípio
do prazer e o princípio da realidade, entretanto, no mundo dominado pela
ideologia do entretenimento, promove-se um comportamento patológico
decorrente do hiperestímulo do elemento “prazer”, em contraste com a sublimação do referencial da realidade.
Por essa razão, conquanto sejam vários os elementos conjugados que compõem
o atual quadro que conforma a sociedade do espetáculo (tais como o sexo,
a violência e o jogo), nesta abordagem, nos limitaremos àquele que lhe é
mais notório e caricato: o entretenimento.
Sim,
o elemento que marca a persuasão especializada do discurso espetacular
é o Jogo, isto é, a diversão, o lúdico, o brinquedo, o passatempo, o
entretenimento — e é mais fácil experimentá-lo do que explicá-lo. Tentemos,
assim mesmo, compreender melhor o que é isso de que estamos falando (e, tão
frequentemente, usufruindo).
Em
português, a palavra jogo tem origem latina em jocus, gracejo,
graça, pilhéria, mofa, escárnio, zombaria. A relação com o humor, o riso,
o cômico fica evidente. Quanto à palavra diversão, do latim
diversìo,ónis, remete a “digressão,
diversão”, do verbo divertère, afastar-se, apartar-se, ser diferente,
divergir. Tal termo sugere um desvio do corrente por meio do distanciamento,
o que o liga ao conceito de alienação. A palavra lúdico, carrega a
idéia de sua etimologia ludibrium, que denota joguete, zombaria,
insulto, ultraje, engodo e ludìus, que é o pantomimo, o comediante. Ao
termo lúdico também se liga a brinquedo, definido como algo
“que se faz por gosto, sem outro objetivo que o próprio prazer de fazê-lo”.
A palavra brinquedo inclui, ainda, o elemento de composição
antepositivo brinc-, ou vrinc- (vinclu), que significa ligar,
prender, amarrar, atar, juntar, enfim, sugere a idéia de liame, laço, atadura,
vínculo. Sugere a idéia de algo a que alguém se liga por mero prazer. A
expressão passatempo, por sua vez, sugere a atividade que se faz por
puro divertimento, para “matar o tempo”, como se diz popularmente, e também
sugere uma digressão, um desvio, não somente do contexto de espaço, sugerido
pela palavra diversão, mas da própria noção de tempo. Todos esses termos
estão concentrados de maneira muito particular na noção de entretenimento que
caracteriza a sociedade espetacular e, particularmente, o universo
mediado (cf. HOUAIS, 2001).
Um
estudo relevante sobre o entretenimento na sociedade moderna
foi feito por Neal Gabler que, tomando a sociedade estadunidense como
referência, procura entender por que o entretenimento se tornou o
seu valor número “um”.
De
fato, Karl Marx e Joseph Schumpeter parecem ter errado ambos. Não se trata
de nenhum “ismo”, mas talvez o entretenimento seja a força mais poderosa,
insidiosa e inelutável de nosso tempo — uma força tão esmagadora que acabou
produzindo uma metástase e virando a própria vida (GABLER, 2000,
p. 17).
Gabler procura
demonstrar o nexo existente entre entretenimento e sensação. O elemento
sensório do entretenimento é tão central que está envolucrado na
própria palavra. Como notou o autor, etimologicamente, entretenimento vem
do latim inter (entre) e tenere (ter). Conquanto se
entenda entretenimento como sendo “aquilo
que diverte com distração ou recreação” ou “um espetáculo público ou mostra destinada a interessar ou divertir”,
na constituição mesma da palavra está presente a idéia de “ter entre”. Isto é, os filmes
(cinema), os musicais (shows), os romances e as histórias em quadrinhos
(livros), as telenovelas (TV), os jogos eletrônicos, para citar alguns,
atraem os indivíduos, “mantendo-os cativos”
levando-os cada vez mais para dentro de si mesmos, de suas emoções e
sentidos (novamente a idéia de espelho da realidade interior do
indivíduo).
Gabler sugere
que com o entretenimento se dê o oposto da arte. A idéia que se tinha
era a de que a arte propiciava o eckstasis — cuja idéia é a de “deixar sair, colocar para fora”;
enquanto que “o entretenimento em geral fornece justamente o
oposto: inter tenere, puxando-nos para dentro de nós mesmos para nos
negar a perspectiva”. Se a arte era dirigida a uma pessoa, o
entretenimento se volta ao maior número possível de pessoas, isto é,
lida com uma platéia numerosa que é considerada como massa, “um conjunto de estatísticas”.
Se
a arte é concebida como invenção, o entretenimento é tido
como convenção, porque “busca constantemente
uma combinação de elementos que já despertaram certa reação no passado,
na suposição de que a mesma combinação provocará mais ou menos a mesma
reação de novo”.
As
emoções e as sensações são os fins do entretenimento e
isso ele obtém porque se apresenta “divertido,
fácil, sensacional, irracional”. Manuel Castells comenta o
fato de que a expectativas de demanda por entretenimento “parecem ser exageradas e muito influenciadas
pela ideologia da ‘sociedade do lazer’”. Trata-se de um mundo onde os
sentidos triunfaram sobre a mente, a emoção sobre a razão, o caos sobre a
ordem, o id sobre o superego. A estética do entretenimento torna-se cada
vez “maior, mais célebre, mais barulhenta, como se o desejo de uma sobrecarga
sensória fosse, assim como o sexo, um impulso biológico em estado bruto,
difícil de resistir”.
CULTO ESPETACULAR
Historicamente,
a religião institucionalizada opôs-se veementemente ao entretenimento,
a exemplo da pregação de João Crisóstomo (354 – 407). E constata-se a
freqüente repressão e censura religiosa que marcou a separação entre o
mundo secular e a religião tradicional, ao longo de toda a Idade Média, e
que se disseminou principalmente entre os protestantes puritanos.
Estes se notabilizaram pelas objeções às expressões populares “licenciosas”, tais como dramatizações,
canções, danças, jogos e festas sazonais. Entretanto, em meados do séc.
XIX, teve início uma ruptura com essa postura histórica em relação ao
entretenimento. Isso coincidiu com o surgimento de um grande número de
novas denominações religiosas, que passaram a disputar os fiéis como
os estabelecimentos comerciais concorrentes disputam clientes.
Segundo Gabler, a proliferação de inúmeras denominações religiosas
diferentes, que rapidamente se expandiam e espalhavam, nos Estados Unidos
do séc. XIX, “entre as quais se podia
escolher livremente”, resultou em uma prática religiosa que se tornou
“tão altamente divertida que acabava
por minar bastante as expressões obrigatórias de desdém dirigidas ao
entretenimento”. Referindo-se ao protestantismo evangélico,
Gabler afirma tratar-se de “uma religião
democrática — altamente pessoal e não hierárquica, vernácula, expressiva
e entusiástica” que “evitando a doutrina e o comedimento” preferiu
a emoção à teologia. Isso porque essa estratégia funcionava melhor
para atrair o público do que as tradicionais posturas puritanas.
A
profundidade da fé passa a ser medida não pela plausibilidade teológica
dos seus postulados, mas pela intensidade da emoção sentida pelo indivíduo
que se abandona no fervor religioso, experimentado no contexto dos cultos.
Em tais cultos, os fiéis são tomados por “ataques
de catalepsia, convulsões, visões, acessos incontroláveis de riso, súbitas
explosões de cantoria e até mesmo de latidos [urros, gemidos, grunhidos,
e todo tipo de afetação]”. Essa prática marca o maior movimento religioso
da atualidade, não somente nos Estados Unidos, mas em todo o continente
americano e em muitas outras regiões do planeta. Na constatação, “ao rejeitar uma religião racional em
favor de uma religião emocional e imoderada” os evangélicos terminaram
por disseminar-se “nas mesmas fileiras
do entretenimento”.
Assim,
a teatralidade começa a “insinuar-se
nos serviços religiosos”: sermões outrora marcados pelo severo
rigor teológico dão lugar a anedotas, historetas, episódios engraçados
e apartes coloquiais; rituais circunspectos são substituídos por manifestações
extáticas, condutas extravagantes e exultações joviais — em grande
sintonia com a ascensão da cultura popular. Até o final do século XIX, a
cultura popular já se transformara na cultura dominante nos Estados Unidos
e, por essa razão, Gabler afirma que, “dali
em diante” estaria declarada e promulgada a “a República do Entretenimento” (GABLER, 2000, p. 37), e esta,
desde então, vem se expandindo por toda parte.
Em
nossos dias, mais do que tudo, pode-se verificar o resultado disso tudo
para o culto público, tanto das igrejas de confissão cristã como o das diferentes
expressões e culturas religiosas.
Podemos
arriscar a seguinte categorização:
- 1ª. Geração: celebrantes midiáticos intuitivos;
- 2ª. Geração: celebrantes midiáticos tecnicistas;
e
- 3ª. Geração: celebrantes midiáticos
especialistas.
Estamos
vivenciando, ainda, o final da primeira geração, a dos celebrantes midiáticos
intuitivos. Sem formação na área tecnológica ou da comunicação mediada,
mas com espírito empreendedor e grande iniciativa, são os pioneiros da
tele-religião e conquistaram lugar definitivo na mídia.
Aos
poucos, essa primeira geração vai dando lugar aos seus sucessores, já
melhor preparados tecnicamente para o desempenho do seu papel de
tele-celebrantes. Mas trata-se ainda de uma presença muito tímida. Estes sabem
que a mídia exige a substituição do discurso oral-verbal pela expressão
imagético-visual. Sabem que o meio exige uma dinâmica mais veloz e ágil,
esforçam-se para descobrir caminhos. Mas saber “o quê” não é o mesmo que
saber “o como”. De modo que o que temos ainda é a reprodução das cerimônias
reais nos meios de comunicação.
Teremos
que aguardar a próxima geração, a dos especialistas, que com
o know-how acumulado à custa dos erros e acertos das gerações
anteriores, poderão amadurecer a inter-relação entre a fé na mídia e a
mídia na fé.
No
momento presente, lamentavelmente, ainda temos muitos tele-celebrantes
incompetentes (tanto técnica como teologicamente falando). Alguém já
disse que não há nada pior do que um incompetente com iniciativa e empreendedorismo.
Os estragos que causam podem ser irreversíveis.
É
preciso, portanto, mais do que iniciativa e espírito empreendedor. É necessária
uma Competência tecnoteológica.
É
notório o despreparo teológico dos religiosos que estão em destaque
na mídia. Na área de Bíblia, percebe-se o quão superficial é o conhecimento
demonstrado. O procedimento exegético é tão raro que os poucos casos que
eventualmente apareçam são a exceção que confirma a regra.
Em
temos de teologia, cristologia e pneumatologia dos tele-religiosos, a
única coisa que é sistemática é o desprezo pelos teólogos e por suas elaborações
teológicas. São raríssimas as alusões aos grandes teólogos, sejam os
da atualidade, sejam os da história da Igreja. Quando algum deles é mencionado,
é para depreciá-lo, e desautorizá-lo com pilhérias e gracejos humilhantes.
No entanto, a teologia midiática está muito mais próxima da medieval do
que da reformada, pelo esvaziamento do conceito da Graça, e pela ênfase
numa soteriologia meritória, baseada na teologia da retribuição.
Pastoralmente,
não há a preocupação com a criação de “comunidade”, e a solidariedade
não é virtude que mereça lugar de destaque. A educação cristã também está
em baixa, o estudo é desestimulado com base na falácia de que a razão
milita contra a fé. A concepção do culto deixa clara a ignorância histórica
da caminhada litúrgica, homilética e hinológica do cristianismo (a inanição
litúrgica é comovente!). A missiologia presente na mídia pouco tem a ver
com a implantação dos valores do Reino de Deus, anunciado por Jesus de
Nazaré, mas está preocupada muito mais com as vantagens e benesses que se
pode auferir da religião. A poimênica midiática é generalista e generalizadora.
Incapaz de um atendimento pessoal e humanizado pautado pelo bom-senso,
limita-se a oferecer orientações alinhadas aos estereótipos e às generalizações
do senso-comum – que amiúde é preconceituoso, discriminatório, reducionista,
simplista, e, a rigor, reflete a ideologia dominante.
Diante
de tanta incompetência, qual é o segredo então do “tremendo” sucesso dos
astros e estrelas da fé?
Este
espaço não nos permite aprofundar a questão como gostaríamos, no
entanto, quero aqui fazer algumas indicações que podem nos ajudar:
Pra
começar, devemos tomar em conta a estratégia da mídia,
que, para alcançar seus objetivos, recorre a elementos coersedutores tais
como o narcisismo, o mecanismo de transferência, o fascínio das estrelas
e os estereótipos.
Destes,
gostaria de destacar o fascínio das estrelas. “A estrela
é arquetípica” e fascina porque se torna “a expressão sublimada das próprias
crenças, das próprias necessidades”. A veneração dos fãs pelas estrelas
ou celebridades nem sempre depende do talento destas e é comum que se dê
mais importância às suas qualidades físicas do que à competência profissional.
No dizer de Neal Gabler, não é necessário “haver
talento algum para obtê-la [a fama]”, pois tudo de que precisa é “a santificação da câmara de televisão.
Para Ferrés, “a pessoa que seduz, de
certo modo, se apodera da alma do seduzido”, num ato de vampirismo espetacular,
pois o seduzido se entrega incondicionalmente reconfigurando sua própria
personalidade segundo os moldes da estrela, por associação ou transferência
de tudo o que ela encarna — a moda ditada pelas celebridades seria um claro
indício desse processo (FERRÉS, 1998, p. 120 – 121). No campo religioso,
essa tendência mimética, ou vampírica, também é notória na reprodução
de trejeitos, expressões, posturas e convicções ideológicas tanto
por parte da liderança clériga quando laica, ditados pela moda religiosa
espetacular. São as estrelas que determinam o padrão de beleza física, de
postura moral, de estatura espiritual… A reprodução desse comportamento
espetacular se nota, inclusive, na veneração pia a expoentes (astros)
religiosos por parte de fiéis (fãs) devotos. Acontece que, em grande
parte, isso se dá de maneira despercebida e desapercebida. Não se trata
de um processo consciente porque, como exemplificou Ferrés, “quando uma estrela parece vender lágrimas,
está vendendo sabão, e quando parece estar vendendo produtos, está vendendo
valores” .
DESAFIOS PASTORAIS
PARA O CULTO NA IDADE MÍDIA
Videmus
nunc per speculum in enigmate tunc autem facie ad faciem nunc cognosco ex
parte tunc autem cognoscam sicut et cognitus sum
(1 Co 13.12 “Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente,
como também sou plenamente conhecido”.)
Retomo
aqui os desafios que eu já havia apontado, anos antes, em relação à homilética,
aplicando-os ao culto como um todo, e à religião em geral, frente à sociedade
do espetáculo.
A
religião tradicional mantém seu foco no significado, ao passo que
a espetacular focaliza-se, sim, sobre o significante ou
sobre a forma da mensagem enunciada. Entretanto, nem a convencional,
nem a espetacular ajustam seu foco para centralizar os intersujeitos
comunicantes, isto é, nos seres humanos que estão interagindo nesse processo
comunicacional.
Talvez
seja possível encontrar alternativas para a tele-religião, mas essas só
serão legítimas se conseguirmos resistir à força desumanizadora, robotizadora,
coisificadora dos meios tecnológicos, principalmente os de comunicação
de massa. Está sobre a mesa a questão da humanização da mídia. Seria possível
um processo de reversão humanizadora da tendência coisificadora atual?
Será
possível uma espiritualidade mediada humanizada? Se de alguma forma
isso for possível, só se dará mediante a interação de todas as pessoas
envolvidas como sujeitos ativos que podem opinar e interferir diretamente
no curso do processo comunicativo (tal interação deve ser possível
entre as pessoas e os meios, e entre as próprias pessoas) — não se trata mais
de emissores e receptores de mensagens, mas de intersujeitos
comunicantes.
Será
necessário, ainda, por parte das igrejas e dos fiéis, o enfrentamento crítico
e lúcido das “megamudanças” que ocorrem no campo teórico e tecnológico
contemporâneo, o que implica na abertura para aceitá-las e, até mesmo,
para promovê-las, quando percebidas como ferramentas legítimas que
podem estar a serviço de uma ação ética, razoável e democrática.
Essa
espiritualidade deverá também se preocupar com a sensibilização
ética de todo o corpo humano: suas dores e prazeres, suas dúvidas e interesses;
tratar com respeito e consideração a emoção e o sentimento humanos.
Nas
relações com a sociedade tecnológica, se deverá buscar a superação das
redes de máquinas (de computadores, de TVs, de emissoras de rádio…) por
uma rede de gente: pois não faz sentido haver máquinas conectadas se não
houver interação entre as pessoas que as utilizam. Deve-se buscar, portanto,
a constituição, ainda que virtual, de uma comunidade real. Isso
implica na dominação das máquinas pelas pessoas e não das pessoas pelas
máquinas (a maneira de dominar as máquinas é aprender a usá-las). Também os
homiletas, liturgos e hinólogos, deverão engajar-se na “alfabetiização”
tecnológica.
As
comunidades celebrantes deverão ainda abrir-se às amplas possibilidades
e estilos intelectuais; engajar-se no desenvolvimento de uma inteligência
coletiva (os resultados da inteligência humana devem ser socializados
para beneficiar a todos, bem como os problemas podem ser resolvidos coletivamente,
inclusive no âmbito da fé); e convencer-se de que sua missão, e sua tarefa
especificamente comunicativa, não se dão no isolamento, antes, só é
viável se realizada coletivamente na inter-relação, na multi-relação e
mesmo na trans-relação entre saberes, competências e experiências tanto
cognitivas como vitais.
Enfim,
não será desejável uma única liturgia, ou uma única homilética, nem mesmo
uma única hinologia, mas várias, interagindo e integrando saberes e sabores,
prosa e poesia, harmonias e ritmos, palavras e imagens… Ou então, como
alternativa, se pode aspirar pela concepção de uma única liturgia-homilética-hinologia,
mas com muitas faces: sensível e polisensorial, afetiva e comunal, dialógica
e democrática, multi e co-inteligente, inter-multi-transdisciplinar, humanizada
e humanizante.
Não
se deve esquecer, por fim, que o acontecimento celebrativo se dá sempre
como processo de construção e reconstrução memorial. Portanto, não seria
demais repetir: o culto é, em parte, expectativa e, em parte, memória: é
acontecimento, é instante, é alocução, é atuação, é status predicandi,
é sedução em andamento, é silêncio em eloqüência e som em persuasão;
enfim, o culto é (!). Nisso está o seu fascínio, seu encanto. Por um pouco é
palavra/gesto esperado-desejado; num átimo, torna-se palavra-gesto
encarnado-experimentado, para logo a seguir submergir e ressurgir como memória
sagrada, pela dança dos gestos sagrados e das palavras bem-ditas.
Em
Cristo
Pr.Capelão
Edmundo Mendes Silva