Tendência
à convivência pacífica entre credos diferentes no Brasil tem sido cada vez mais
posta em xeque, de uma forma que as autoridades não podem ignorar.
A
tolerância religiosa no Brasil nunca foi pura e simplesmente uma medida imposta
por decreto. É, antes disso, um aspecto cultural. Por um lado, foi preciso
incluir na Constituição artigo resguardando a liberdade de culto e proteção
contra a discriminação, porque tais garantias não seriam naturais; por outro, a
convivência entre credos distintos foi facilitada pela formação do povo. A
miscigenação e a intimidade entre a casa-grande e a senzala resultaram em
mecanismos de acomodação, como o sincretismo que uniu religiões aparentemente
tão diferentes quanto o catolicismo e o candomblé. Na Bahia, por exemplo, eles
se misturaram.
No
entanto, a tendência à convivência pacífica tem sido cada vez mais posta em
xeque, e de uma forma que as autoridades não podem fazer vista grossa. A série
de reportagens publicada pelo GLOBO semana passada mostra que os fiéis da
umbanda e do candomblé — 600 mil pelo Censo 2010 — foram vítimas de 22 das 53
denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100, da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência, de janeiro a 11 de julho deste ano. Além
disso, um estudo da PUC-Rio registrou que, num grupo de 840 terreiros, 430
foram alvo de discriminação, sendo 57% dos casos em locais públicos.
Os
ataques vão de manifestações de preconceito na escola e no trabalho a ofensas
pessoais, ameaças, danificação de imagens e até a destruição de terreiros. A mãe
de santo Conceição de Lissá, em Duque de Caxias, viu seu terreiro ser atacado
oito vezes nos últimos oito anos. Em pelo menos um episódio, fanáticos usaram
gasolina para atear fogo no quarto dos artigos usados nas cerimônias. Ou seja,
além da humilhação e do dano moral, a integridade física dos fiéis está em
risco.
A
intolerância, por si só, já é inaceitável. Seja contra orientação sexual, etnia
ou crença. Trata-se de um comportamento criminoso que deve ser punido como
manda a lei.
Se
a sociedade se mobiliza, mais obrigações ainda tem o poder publico, que deve
ficar atento e ser ágil nas investigações. Caso a intolerância não seja punida
exemplarmente, fiéis movidos pela absurda presunção de superioridade poderão se
sentir encorajados a prosseguir, porque, afinal, estariam agindo “em nome de Deus".
E é justamente assim que pensam radicais responsáveis por guerras milenares e
terrorismo pelo mundo afora.
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O
direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de
expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém
em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis.
Celebração
no Rio de Janeiro pede respeito à liberdade religiosa, em 21 de janeiro, com
presença de adeptos de diversas tradições de fé.
A intolerância religiosa é um conjunto de
ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não
segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade
humana.
O
agressor costuma usar palavras agressivas ao se referir ao grupo religioso
atacado e aos elementos, deuses e hábitos da religião. Há casos em que o
agressor desmoraliza símbolos religiosos, destruindo imagens, roupas e objetos
ritualísticos. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode incluir
violência física e se tornar uma perseguição.
Presidente
da CDH, Ana Rita faz duras críticas ao deputado Marco Feliciano.
Ainda
assim, o problema é frequente no país. Algumas denúncias se referem à
destruição de imagens de orixás do candomblé ou de santos católicos.
Ficou
famoso no Brasil o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Sérgio Von
Helder, que, em 1995, chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em rede
nacional de TV. Há também casos de testemunhas de Jeová que são processadas por
não aceitarem que parentes recebam doações de sangue, de adventistas do Sétimo
Dia a quem não são dadas alternativas quando não trabalham ou não fazem prova
escolar no sábado, e de medidas judiciais que impedem sacrifício de animais em
ritos religiosos, entre outros.
Em
janeiro, a TV Bandeirantes foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo por
desrespeito à liberdade de crenças porque, em julho de 2010, exibiu comentários
do apresentador José Luiz Datena relacionando um crime bárbaro à “ausência de
Deus”. “Um sujeito que é ateu não tem limites. É por isso que a gente vê esses
crimes aí”, afirmou o apresentador. A emissora foi condenada a exibir em rede
nacional, no mesmo programa, esclarecimentos sobre diversidade religiosa e
liberdade de crença.
Denúncias
cresceram mais de 600% em um ano; crenças de matriz africana são as que mais
sofrem ataques.
A
quantidade de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cresceu mais de sete
vezes em 2012 em relação a 2011, um aumento de 626%. A própria secretaria
destaca, no entanto, que o salto de 15 para 109 casos registrados no período
não representa a real dimensão do problema, porque o serviço telefônico
gratuito da secretaria não possui um módulo específico para receber esse tipo
de queixa. Ou seja, muitos casos não chegam ao conhecimento do poder público. A
maior parte das denúncias é apresentada às polícias ou órgãos estaduais de
proteção dos direitos humanos e não há nenhuma instituição responsável por
contabilizar os dados nacionais.
A
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
República (Seppir) também não possui dados específicos sobre violações ao
direito de livre crença religiosa. No entanto, o ouvidor do órgão, Carlos
Alberto Silva Junior, diz que o número de denúncias de atos violentos contra
povos tradicionais (comunidades ciganas, quilombolas, indígenas e os
professantes das religiões e cultos de matriz africana) relatadas à Seppir
também cresceu entre 2011 e 2012.
Caminhada
no Dia Contra Intolerância Religiosa, em Fortaleza. Data foi criada em 2007, após
morte de líder do candomblé.
Muitas
agressões são cometidas pela internet. Segundo a associação SaferNet, em 2012,
a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos recebeu 494 denúncias
de intolerância religiosa praticadas em perfis do Facebook. O mundo virtual
reflete a situação do mundo real. De 2006 a 2012, foram 247.554 denúncias anônimas
de páginas e perfis em redes sociais que continham teor de intolerância
religiosa.
Ministra
da Seppir, Luiza Bairros ressalta a gravidade das agressões
A
tendência é de queda: de 2.430 páginas em 2006 para 1.453 em 2012. Mas a
tendência não significa que o número de casos reportados de intolerância
religiosa tenha diminuído. “Uma das razões é a classificação feita pelo
usuário. Mesmo páginas reportadas por possuir conteúdo racista, antissemita ou
homofóbico têm, também, conteúdo referente à intolerância religiosa”, explica Thiago
Tavares, coordenador da central.
Os
dados foram divulgados pela Agência Brasil este ano no Dia Nacional de Combate
à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro. A data foi instituída em 2007 pela Lei
11.635, em homenagem a Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, do terreiro
Axé Abassá de Ogum, de Salvador. A religiosa do candomblé sofreu um enfarte
após ver sua foto no jornal evangélico Folha Universal, com a manchete
“Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A Igreja
Universal do Reino de Deus foi condenada a indenizar os herdeiros da
sacerdotisa.
A
ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse, nas comemorações de 21 de janeiro,
que os ataques a religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável.
“O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos. São agressões
físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Não se trata apenas de
uma disputa religiosa, mas também de uma disputa por valores civilizatórios”,
disse.
Na
ocasião, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançou um
comitê de combate à intolerância religiosa. A iniciativa pretende promover o
direito ao livre exercício das práticas religiosas e auxiliar na elaboração de
políticas de afirmação da liberdade religiosa, do respeito à diversidade de
culto e da opção de não ter religião.
O
comitê terá 20 integrantes, sendo 15 deles representantes da sociedade civil
com atuação na promoção da diversidade religiosa. Ainda sem data definida para
começar efetivamente a funcionar, o comitê depende de um edital que selecionará
os integrantes.
No
período, passou de 31% para 37% a proporção de países com nível elevado ou
muito alto de restrições. Entre os países com as maiores restrições
governamentais (leis, políticas e ações para limitar práticas religiosas),
estavam Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Afeganistão, China, Rússia e outros
que somaram 6,6 pontos ou mais em um índice de máximo 10. O Brasil aparece,
junto com Austrália, Japão e Argentina, em nível baixo, entre os países com 0 a
2,3 pontos.
Mesmo
nos países com nível moderado ou baixo de restrições, houve aumento da
intolerância. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve uma proposta — rejeitada
pela Justiça — de declarar ilegal a lei islâmica. Na Suíça, foi proibida a
construção de novos minaretes (torres em mesquitas). O aumento dessas restrições
foi atribuído a fatores como crescimento de crimes e violência motivada por
ódio religioso.
Agora, sem falar das passeatas GAYS, seja: o que significa isto? TOLERÂNCIA OU INTOLERÂNCIA?
Site
http://critico.guerreirosdaluz.com.br/,
que acusa alguns segmentos das igrejas neo-pentecostais, de buscarem
estratégias de crescimento demonizando as religiões não cristãs, em especial as
afro-brasileiras.
Não
tenho dúvida alguma que alguns setores evangélicos abusam dos rituais de
libertação, tornando-os verdadeiros espetáculos da fé. O que não dá para
desassociar é a relação entre demônios e religião (devemos repensar e analisar como
Jesus nos ensinou a realizar de forma eficiente os trabalhos de libertações feitos
pelas igrejas neo-pentecostais, com unção divina e amor, sem que venha
caracterizar humilhação e depreciação em qualquer tipo de atitude – Pr. Edmundo
Mendes Silva).
O
Novo Testamento é claro (eu ainda creio na Bíblia como Palavra de Deus),
independente de qualquer argumento psicanalítico, antropológico, sociológico,
teológico etc, que os demônios se instrumentalizam da religião para escravizar
e oprimir o ser humano, afastando-o de Deus, destruindo pessoas, famílias e
povos:
"Ao retirarem-se eles, foi-lhe
trazido um mudo endemoninhado. E, expelido o demônio,
falou o mudo; e as multidões se admiravam, dizendo: Jamais se viu tal
coisa em Israel! Mas os fariseus murmuravam: Pelo maioral dos
demônios é que expele os demônios”. (Mt 9.32-34)
"E, naquele mesmo tempo, houve um não
pequeno alvoroço acerca do Caminho. Porque um certo ourives da prata, por nome
Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos
artífices, Aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes,
disse: Senhores, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade; E
bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este
Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses
os que se fazem com as mãos. E não somente há o perigo de que a nossa profissão
caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana
seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a
Ásia e o mundo veneram." (Atos 19.23-27)
"Mas que digo? Que o ídolo é alguma
coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?Antes digo que as coisas
que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não
quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do
Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor
e da mesa dos demônios." (1 Co 10.19-21)
Como
Pastor e teólogo vejo que para pregar o evangelho, definitivamente não é
necessário demonizar as pessoas que não são de uma religião, afinal o evangelho
é Pleno em toda a sua ação de anúncio da boa notícia da encarnação do Verbo
divino, e a redenção realizada em Cristo por amor gracioso pela humanidade
perdida.
Não
concordo que a visão principal da bíblia e dos ensinamentos de Jesus era humilhar,
escarnecer e tripudiar da fé alheia, mas sim levar e instaurar o REINO DE DEUS e não uma igreja com o
nome “Reino de Deus” e sim todas as igrejas de Cristo na face da terra e que La
estiver operando, conforme os seus ensinamentos, fora disso não é igreja de
Jesus.
É
preciso também deixar claro que o "evangelho da boa notícia" é também
o "evangelho da denúncia do pecado, da libertação, da restauração e da
cura". É o evangelho da proclamação sem omissão da verdade.
"E CHEGARAM ao outro lado do mar, à
província dos gadarenos. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro,
dos sepulcros, um homem com espírito imundo; O qual tinha a sua morada nos
sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender; Porque, tendo sido
muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em
pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar. E andava sempre,
de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com
pedras. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande
voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te
por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito
imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo:
Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não
enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma
grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo:
Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho
permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada
se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se
no mar. E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos
campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido." (Mc 5.1-14)
Pelo visto, Jesus e Paulo enfrentariam
algumas dificuldades em nossa época, como enfrentaram em seu próprio tempo e contexto.
Essas acusações de preconceito e agressão às religiões não são novas. O fato é
que nem Jesus nem Paulo tiveram preconceito pelas pessoas, simplesmente
denunciaram o engano, o pecado e a ação demoníaca em algumas religiões,
proclamando libertação aos cativos, restaurando a vista aos cegos e pondo em
liberdade os oprimidos (Lc 4.14-18 “Então voltou
Jesus para a Galiléia no poder do Espírito; e a sua fama correu por toda a
circunvizinhança. Ensinava nas sinagogas deles, e por todos era louvado.Chegando
a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu
costume, e levantou-se para ler.Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e
abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito:O Espírito do Senhor está sobre
mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para
proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em
liberdade os oprimidos”).
"E aconteceu que, indo nós à oração,
nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual,
adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a
nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação,
são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo,
perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando
que saias dela. E na mesma hora saiu. E, vendo seus senhores que a
esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à
praça, à presença dos magistrados. E, apresentando-os aos magistrados,
disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade" (Atos 16.16-20)
Querem
calar a voz profética da igreja no presente, assim como no passado, pela força
da lei. Observem este comentário:
"Deve-se
ter cautela com esses atuais métodos de Libertação Espiritual adotados por
alguns segmentos evangélicos no Brasil, pois a demonização de outras religiões
pode ser encarada como crime de discriminação ou preconceito de religião de
acordo com o artigo 20 da Lei n.º 7.716/89, modificada pela Lei 9.459/97, que
condena o ato de “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito
de religião”, sendo que isso cometido por intermédio dos meios de comunicação
social ou publicação de qualquer natureza, gera a reclusão de dois a cinco
anos. (Cf.http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=124299 ).
"O Art. 208 do Código Penal também afirma ser
crime “contra o sentimento religioso”, o ato de “escarnecer de alguém,
publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar
cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto
de culto religioso”.
Sou
contra qualquer tipo de escarnecimento de pessoas e por qualquer motivo, contra
qualquer ato de perturbação ou violência contra objetos ou lugares onde
cerimônias religiosas são praticadas, mas sou favorável à pregação bíblica. O
que a Bíblia diz que é pecado é pecado. O que a Bíblia chama de demônios são
demônios, o que a Bíblia chama de falsa doutrina é falsa doutrina, o que a
Bíblia chama de Espíritos enganadores são espíritos enganadores. O que a Bíblia
diz ser a verdade, é a verdade.
Vivemos um momento onde as pessoas
querem liberdade para ser e fazerem o que quiserem, mas não querem dar
liberdade para questionamentos e contestações. A Bíblia é questionadora,
contestadora e denunciadora. O cristianismo não é apenas uma religião
para ser vivida, é também para ser proclamada em toda a sua essência, no amor
de Cristo que não omite a verdade que liberta (Jo 8.31-37 “Dizia,
pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente sois meus discípulos;e conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos
de ninguém; como dizes tu: Sereis livres?Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em
verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.Ora, o
escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.Se, pois, o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.Bem sei que sois descendência
de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não encontra
lugar em vós”);
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo,
pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas
quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em
meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes;
e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos
sobre os enfermos, e os curarão”. (Mc 16.15-18)
Sou
cristão, vou pregar evangelho e expulsar demônios da vida de quem precisa e
deseja libertação, independente da religião que professe (inclusive de
evangélicos).
Em meio a isso
tudo, fiquei com uma dúvida "legal". O artigo diz:
"Pode-se
citar o caso do Juiz de Direito Flávio Marcelo Fernandes, da 37ª Vara Criminal
da Comarca da Capital (Rj), o qual recebeu a denúncia da Promotora Márcia
Teixeira Velasco, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, contra
Isaías da Silva Andrade, pastor da Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Trabalhadores da Última Hora, por prática de preconceito religioso.
Segundo a
denúncia, que cita a reportagem “Ladrão se entrega com Bíblia na mão”, da
edição de 27 de novembro de 2007, do jornal “Meia Hora”, Isaías “praticou, de
forma livre e consciente, discriminação ou preconceito de religião”, ao
declarar sobre Rodrigo Carvalho Cruz, o Tico, acusado de roubar em Ipanema o
turista italiano George Morassi que, ao fugir, morreu atropelado: “Ele
estava possuído por uma legião de demônios, como o Exu Caveira e o Zé Pilintra.
Fizemos uma libertação nele e o convencemos a se entregar hoje.” O pastor disse
isso nas dependências da DC-Polinter, onde acompanhava a apresentação de
Rodrigo à polícia.
Na
opinião da Promotora, o candomblé e seus praticantes “foram atingidos
diretamente com a declaração racista e discriminatória, eis que o
denunciado vilipendiou entidades espirituais da matriz africana, com a espúria
finalidade de proteção de autor de nefasto crime”. (Idem)
Nos
casos onde o próprio demônio alega ser Exu Caveira, Pomba Gira, Zé Pilintra,
Tranca Rua ou qualquer outra entidade espiritual de qualquer religião, quem
será processado? O indivíduo que está expulsando o demônio, o indivíduo de quem
o demônio está sendo expulso ou o próprio demônio?
Não
é de uma guerra religiosa que estamos tratando (embora muitos quisesse tirar
proveito dessas ideias), mas de realidades do mundo espiritual negligenciadas
por aqueles que não conseguem ir além dos limites da razão, do concreto, do
positivo, do tangível.
http://encontromissoes.blogspot.com.br/2013/06/classificacao-de-paises-por-perseguicao.html
Que Deus em Cristo nos conceda Paz
um abraço para todos
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva