Existem 3 modelos atualmente
disputando na engrenagem da Globalização Mundial o poder e domínio, onde eles
podem
Mudar todo o sistema em que
vivemos para um caos total. A saber:
1.
GLOBALIZAÇÃO: A NOVA ORDEM MUNDIAL
Com
o fim da oposição capitalismo X socialismo, o mundo se defrontou com uma
realidade marcada pela existência de um único sistema político-econômico, o
capitalismo. Exceto por Cuba, China e Coréia do Norte, que ainda apresentam
suas economias fundamentadas no socialismo, o capitalismo é o sistema mundial
desde o início da década de 90.
À
fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já vinham
afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do séc.
XX, resultando na chamada nova ordem mundial.
As
origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda
Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do
sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no segredo da arma
nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de
financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos
investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Durante
a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento econômico
acelerado. Assim, quando o conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e
esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista. Além disso, a
conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu as regras da economia
mundial, determinou que o dólar substituiria o ouro como padrão monetário
internacional.
Os
EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando criar um
pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, também impedir o avançado
socialismo no continente.
A
ascensão da economia japonesa foi acompanhada de uma expansão econôm
ica e
financeira do país em
2.
A VOLTA DO CALIFADO NOS PAÍSES MUÇULMANOS
A
Al-Qaeda é o rosto do terrorismo global, um terrorismo violento, errático nas
vitimas que provoca e racional nos alvos e objetivos que pretende alcançar. No
plano ideológico, como movimento, tem que ser analisado na óptica da ‘ideologia
manifesta’ e na óptica da ‘ideologia
latente’.
A
‘ideologia manifesta’, expressa-se no fundamentalismo religioso, no regresso do
Islão às suas origens, à pureza dos seus antepassados (salaf). Na óptica da ‘ideologia latente’, o radicalismo, o
Islão político de retorno ao califado como modelo social e político congregador
e aglutinador da comunidade dos crentes (a umma).
É
nesta dicotomia que se cruza o modelo realista atual de raiz fundamentalista
como fator mobilizador, e o modelo radical utópico idealizado por uma estrutura
de topo. Utópico porque à “semelhança de
marxistas e dos neoliberais, os islamitas radicais vêem a história como um
mundo novo”. Nesse novo mundo “o
poder e o conflito desaparecem. Esta é uma invenção da imaginação
revolucionária, e não uma receita para uma sociedade moderna viável; mas neste
aspecto o novo mundo imaginado pela Al-Qaeda em nada difere das fantasias
planeadas por Marx e Bakunin, por Lenine e Mao, e pelos evangelistas
neoliberais, que tão recentemente anunciaram o fim da história. E tal como aconteceu
com esses movimentos ocidentais modernos, a Al-Qaeda encalhará nas imutáveis
necessidades humanas”.
É
nesta utopia que se vive o sonho da restauração do Califado Islâmico. O General
Loureiro dos Santos, no seu livro “O
Império debaixo de fogo” transcreve uma tradução sobre “O futuro do terrorismo
– o que a Al-Qaeda realmente quer”, publicado no Spiegel online a 12 de
Agosto de 2005. Os objetivos estratégicos (intermédios) descritos em sete fases
prevêm o estabelecimento final do califado em 2020:
A primeira fase, conhecida como “o
despertar”, já foi percorrida, e durou de 2000 a 2003, mais
precisamente, dos ataques terroristas de Setembro de 2001 em Nova Iorque e
Washington, à queda de Bagdade em 2003. A finalidade dos atentados de 11 de
Setembro foi provocar os Estados Unidos a entrarem em guerra no mundo islâmico,
e então, provocar o despertar dos muçulmanos. “Segundo os estrategistas e ideólogos da Al-Qaeda, a primeira fase teve
imenso sucesso”, escreve Hussein. “Aberto
o teatro de operações, os americanos e os seus aliados tornaram-se num objetivo
próximo e fácil”. Também se afirma que a rede terrorista está satisfeita
pelo fator de a sua mensagem estar a ser ouvida por todo o lado.
A segunda fase,
“abrindo
os olhos” é, de acordo com a definição de Hussein, período em que nos
encontramos,que durará até 2006. Diz Hussein que os terroristas esperam que a
conspiração ocidental fique ciente da “comunidade islâmica”. Hussein acredita
que esta é a fase durante a qual a Al-Qaeda pretende que a organização evolua
para movimento. A rede está a investir no recrutamento de jovens, ao longo
deste período. O Iraque deverá tornar-se no centro de
todas as operações globais, criando ai um “exército”
e estabelecendo bases noutros Estados árabes.
A terceira fase é descrita como “progredindo
e consolidando”, e deverá durar de 2007 a 2010. “O foco será a Síria”, profetisa Hussein com base no que as suas
fontes lhe disseram. Os quadros combatentes já estão supostamente preparados e
alguns encontram-se no Iraque. São previstos atentados na
Turquia e, com maior intensidade em Israel. Os mentores da Al-Qaeda aguardam
que os ataques em Israel os ajudem a que o grupo terrorista venha a ser uma
organização conhecida. O autor também crê que os países vizinhos do Iraque,
como a Jordânia, ficaram em perigo.
A quarta fase,
entre 2010 e 2013, será a altura, segundo Hussein, em que a Al-Qaeda conseguirá
o colapso dos odiados governos árabes. A estimativa é que, neste período, “a
humilhante perda de poder dos regimes conduzirá ao aumento da força da
Al-Qaeda”. Ao mesmo tempo, devem ser desferidos ataques contra os produtores de
petróleo e atingida a economia norte-americana, usando o ciberterrorismo.
A quinta fase será o período durante o qual
pode ser declarado o Estado Islâmico, ou Califado. O plano é que, por esta
altura, entre 2013 e 2016, a influência ocidental no mundo islâmico seja tão
reduzida e Israel tenha enfraquecido de tal modo, que a resistência não é de
temer. A Al-Qaeda espera que, nesta fase, esteja com capacidade de estar
prestes a estabelecer uma nova ordem internacional.
A sexta fase, para Hussein, ocorrerá de 2016
em diante, e no seu decurso haverá um período de “confrontação total”.
Logo que o califado tenha sido declarado, o “exército
islâmico” instigará a “luta entre os
crentes e os não crentes ”, que tem sido frequentemente prevista por Ossama
Bin Laden.
A sétima fase,
como etapa final de todo o processo, é descrita como “vitória definitiva”.
Hussein escreve que, aos olhos dos terroristas, uma vez que o resto do mundo se
encontrará tão enfraquecido, por acção dos “mil e quinhentos milhões de muçulmanos”,
o califado prevalecerá, indubitavelmente. “Esta
fase deverá estar completa até 2020, embora a guerra não deva durar mais do que
dois anos.”
É
na realidade da ‘ideologia manifesta’, que se expressa a ameaça para o
ocidente. É naquilo que Jason Burke define como a 3ª fase da Al-Qaeda, “a
metodologia, a máxima, o preceito, a norma, a maneira de ver o fim. O núcleo
desagregou-se, a ‘rede das redes’ rompeu-se. Para ser membro da Al-Qaeda basta
afirma-lo”. Porque pertencer à Al Qaeda “significa não pertencer a nenhum território e não reconhecer a
autoridade de nenhuma lei criada pelo homem”
Na
prática significa que a estrutura superior deixou de ter capacidade de comando
e controlo sobre a organização. Se algo existe em termos de direção está “a exercer-se à distância, através de éditos
religiosos gerais e da propagação de uma doutrina de ódio e violência, embora
usufruindo da celeridade da internet e do telemóvel”.
A
Al-Qaeda passou a uma lógica de ‘holding’, atuando os seus elementos de base
numa lógica de ‘procuração’ ou de ‘frainchising’.
A
grande vitória de Bin Laden, acidental ou não, foi a forma como a mensagem se
espalhou. Esta nova Al-Qaeda não necessita de uma estrutura de comando
centralizada, ela gere-se por si. De tal forma que o terrorismo de matriz
islâmica passou a ser um fenômeno endógeno do ocidente.
É
na exclusão social e na inadaptação gradual dos costumes ocidentais que o
terrorismo islâmico tem recrutado os seus mártires. Na mesquita ou na madrassa,
na prisão, o futuro mártir encontra compreensão e apoio, um sentido de vida e
um sentimento de pertença grupal. É no grupo que o futuro mártir se vai sentir
valorizado, vai aprender a defender os valores transmitidos de pertença, reagir
com indignação e contra-atacar quando se sente ameaçado. Deste modo, na sua
lógica e na lógica do grupo, as suas ações são plenamente justificadas.
É
nas franjas “radicalizadas das comunidades muçulmanas” do ocidente que a
Al-Qaeda se alimenta, e a dúvida reside em saber se neste “cavalo de
troia" de milhões de muçulmanos a viver no ocidente, poderá vir a minar
este mesmo ocidente a partir do seu interior.
Ossama
Bin Laden lançou a semente.
O Irã e suas relações
internacionais no mundo globalizado
Após
o atentado de 11 de setembro de 2001, na cidade Nova York, nos EUA, a expressão
"Eixo do Mal" foi utilizada pelo ex Presidente dos Estados Unidos da
América, George W. Bush, em seu discurso anual no Congresso norte-americano em
2002, para se referir a três países, considerados “Estados Vilões”, que, a seu
ver, constituíam uma grave ameaça ao mundo e à segurança dos EUA, que
eram a Coréia do Norte, o Irã e o Iraque. Estes países, de
acordo com ex Presidente George W. Bush, desenvolviam armas de destruição em massa
ou patrocinavam o terrorismo regional e mundial, ou faziam as duas coisas ao
mesmo tempo.
Mais
tarde, os Estados Unidos da America incluíram também Cuba, Líbia,
e Síria, a este seleto grupo de países. Talvez a expressão eixo do mal
seja uma dupla referência histórica, ao lembrar o eixo Berlim-Roma-Tóquio
na II Guerra Mundial, e as ideologias do nazismo alemão, do facismo italiano e
do nacionalismo japonês.
O
termo “império do mal”, foi utilizado pelo Governo de o ex Presidente
dos EUA, Ronaldo Reagan quando se referia à extinta URSS, durante a
Guerra Fria. A existência de um “Eixo do Mal”, mantém latente a
ameaça exterior e justifica a necessidade de manutenção de uma expressiva parcela
do orçamento norte americano na área Defesa.
Entre
os Países que integram o denominado Eixo do Mal, segundo o ex Presidente dos
EUA, George Bush, já tivemos a oportunidade de nos manifestarmos sobre
o Iraque, em nosso livro, “Soberania - O Quarto Poder do Estado”
(Cabral Editrora Livraria Universitária, p. 35-36, 287 a 293-345).
Manifestamos sobre a Coreia do Norte, no Artigo “A Coreia do Norte e suas
Relações Internacionais no Mundo Globalizado”. Agora, sobre o Irã,
manifestaremos pelo presente Artigo, “O Irã e suas Relacões
Internacionais no Mundo Globalizado”.
3.
EURASIANISMO COMO A VIA PARA A REAL MULTIPOLARIDADE
A
relevância do método geopolítico. Os princípios básicos. A Terra e o Mar: o que
esses termos significam na geopolítica?
O
eurasianismo e atlantismo.
Eurasianismo como uma luta filosófica
A
Ideia Eurasiana representa uma fundamental revisão da história política,
ideológica, étnica e religiosa da humanidade, e oferece um novo sistema de
classificações e categorias que superam os clichês padrões. A teoria eurasiana
compreende dois estágios – um período formacional do Eurasianismo clássico no
início do século XX por intelectuais imigrantes Russos (Trubeckoy, Savickiy, Alekseev,
Suvchinckiy, Iljin, Bromberg, Hara-Davan etc.) seguido pelos trabalhos
históricos de Leonid Gumilev e, finalmente, a constituição do neo-Eurasianismo
(segunda metade da década de 80 até o presente).
Eurasianismo como uma tendência
global
Globalização como o corpo principal da história moderna
Em
sentido amplo, a Idéia Eurasiana e até a Eurásia como conceito não correspondem
estritamente às fronteiras geográficas do continente Eurasiano. A Idéia
Eurasiana é uma estratégia de escala global que reconhece a objetividade da
globalização e o fim dos “nações-estados” (Estados-Nações), mas ao mesmo tempo
oferece um cenário diferente de globalização, o qual não confere um mundo
unipolar ou um único governo global. Ao invés, ela oferece várias zonas globais
(polos). A Idéia Eurasiana é uma alternativa ou versão multipolar da
globalização, mas a globalização é atualmente o processo mundial mais
fundamental que está decidindo o principal vetor da história moderna.
Paradigma da globalização - paradigma do Atlantismo
O
estado-nação de hoje está sendo transformado em um estado global; nós estamos
face à constituição de sistemas de governos planetários dentro de um só sistema
econômico-administrativo. Acreditar que todas as nações, classes sociais, e
modelos econômicos podem subitamente começar a cooperar com a base dessa nova
lógica mundial é errado. Globalização é unidimensional, fenômeno univetorial
que tenta universalizar o ponto de vista Ocidental (Anglo-Saxão, Americano) de
como melhor gerenciar a história humana. Ela é (muito freqüentemente conectada
com supressão e violência) a unificação de diferentes estruturas
- sócio-políticas, étnicas, religiosas e nacionais, em um só
sistema. É uma tendência histórica Ocidental e Européia que tem alcançado seu
pico através da dominação dos Estados Unidos da América.
Globalização
é a imposição do paradigma Atlântico. Globalização como Atlantismo
absolutamente tenta evitar essa definição. Proponentes da globalização
argumentam que quando não houver alternativa ao Atlantismo é que parará de
haver Atlantismo. O Americano e filósofo político F. Fukuyama escreve sobre o
“fim da História”, que na verdade significa o fim da história geopolítica e do
conflito entre Atlantismo e Eurasianismo. Isso tem em vista uma nova arquitetura
de um sistema mundial sem oposição e de apenas um polo – o polo do Atlantismo.
Podemos também nos referir a isso como a Nova Ordem Mundial. O modelo de
oposição entre dois polos (Oriente-Ocidente, Norte-Sul) transforma o modelo
centro-periferia (centro – Ocidente, “rico Norte”, periferia – Sul). Essa
variante de arquitetura mundial é completamente estranha ao conceito de
Eurasianismo.
Globalização unipolar tem uma alternativa
Hoje
a Nova Ordem Mundial não é nada mais que um projeto, plano, ou tendência. Ela é
muito séria, mas não é fatal. Aderentes da globalização negam qualquer plano
alternativo para o futuro, mas hoje estamos experenciando um fenômeno em
larga-escala – contra-globalismo, e a Idéia Eurasiana coordena todos os
oponentes da globalização unipolar em uma via construtiva. Além disso, ela
oferece a idéia concorrente de globalização multipolar (ou globalização
alternativa).
Eurasianismo como pluriverso.
O
Eurasianismo rejeita o modelo de mundo centro-periferia. Ao invés disso, a
Idéia Eurasiana sugere que o planeta consiste de uma constelação de espaços de
vida parcialmente abertos uns aos outros. Essas áreas não são
estados-nacionais, mas uma coalizão de estados, reorganizados em federações
continentais ou “impérios democráticos” com um elevado grau de auto-governo
interno. Cada uma dessas áreas é multipolar, incluindo um complicado sistema de
étnicos, culturais, religiosos e administrativos fatores.
Nesse
sentido global, o Eurasianismo é aberto a todos, a não considerar o lugar de
nascimento, residência, nacionalidade ou cidadania de alguém. O Eurasianismo
provê uma oportunidade de escolher um futuro diferente do clichê do Atlantismo
e um sistema de valores para toda humanidade. O Eurasianismo não procura
meramente o passado ou preserva o atual status quo, mas se esforça pelo futuro,
reconhecendo que a atual estrutura do mundo precisa de mudanças radicais, que
estados-nações e a sociedade industrial esgotaram todos os seus recursos. A
Idéia Eurasiana não vê a criação de um governo mundial na base de valores
liberais-democráticos como única rota para a humanidade. Em seu sentido mais
básico, o Eurasianismo no século XXI é definido como a aderência a um mundo
multipolar.
Atlantismo não é universal
O
Eurasianismo rejeita absolutamente o universalismo do Atlantismo e
Americanismo. O modelo de Ocidente-Europa e América tem muitos traços atraentes
que podem ser adotados e honrados, mas, como um todo, ele é meramente um
sistema cultural que tem o direito de existir em seu próprio contexto histórico
junto com outras civilizações e sistemas culturais.
A
Idéia Eurasiana protege não só sistemas de valores anti-Atlânticos, mas a
diversidade de estruturas de valores. É um tipo de “poliverso” que provê espaço
de vida para todos, incluindo os EUA e o Atlantismo, juntos com outras
civilizações, porque o Eurasianismo também defende as civilizações da África,
ambos os continentes Americanos, e a área do Pacífico paralela à Terra-natal
Eurasiana.
A Idéia Eurasiana promove uma idéia global revolucionária
A
Idéia Eurasiana em uma escala global é um conceito revolucionário global,
convocada para ser uma nova plataforma de mutual entendimento e cooperação para
um grande conglomerado de diferentes poderes: estados, nações, culturas, e
religiões que rejeitam a versão Atlântica de globalização. Se analisarmos as
declarações e relatos de vários políticos, filósofos, e intelectuais veremos
que a maioria deles são aderentes (às vezes inconscientemente) da Idéia
Eurasiana.
Se
formos pensar acerca de todos aqueles que discordam do “fim da história” nossos
espíritos serão elevados e a falha do conceito Americano de segurança
estratégica para o século XXI conectada com a constituição do mundo unipolar
será muito mais realista.
O
Eurasianismo é o montante dos naturais, artificiais, objetivos, e subjetivos
obstáculos na estrada da globalização unipolar; ele oferece uma construtiva,
positiva oposição ao globalismo ao invés da simples negação.
Esses
obstáculos, entretanto, permanecem não coordenados por enquanto, e proponentes
do Atlantismo são aptos a gerenciá-los facilmente. Ainda, se esses obstáculos
podem de alguma forma ser integrados a uma unida força, eles podem ser
integrados a algo unido e a probabilidade de vitória se tornará muito mais
séria.
Eurasianismo como o Velho Mundo (continente)
O
Novo Mundo é uma parte do Segundo Velho Mundo ou um mais específico e estreito
sentido da palavra Eurasianismo aplicável àquilo que chamamos de Velho Mundo. A
Noção de Velho Mundo (tradicionalmente relativo à Europa) pode ser considerado
em um contexto muito mais amplo. Ela é um super espaço multi-civilizacional,
habitado por nações, estados, culturas, etnicidades, e religiões conectadas
umas com as outras histórica e geograficamente por destino dialético. O Velho
Mundo é um produto orgânico da história humana.
O
Velho Mundo é freqüentemente oposto ao Novo Mundo, o continente Americano,
descoberto por Europeus e transformado em uma plataforma para uma civilização
artificial, onde projetos Europeus de modernismo foram criados. Ele foi construído
baseado em ideologias humanamente produzidas como uma civilização purificada de
modernismo.
Os
Estados Unidos foi a sucessiva criação da “sociedade perfeita”, formada por
intelectuais da Inglaterra, Irlanda, e França, enquanto os países da América do
Sul e Central permaneceram colônias do Velho Mundo. A Alemanha e a Europa
Oriental foram menos influenciadas por essa idéia de uma “sociedade perfeita”.
Nos
termos de Oswald Spengler, dualismo entre o Velho e Novo Mundo podem ser
trazidos para opostos: cultura-civilização, orgânico-artificial,
histórico-técnico.
O Novo Mundo como Messias
Como
um produto histórico da Europa Ocidental durante sua evolução, o Novo Mundo
percebeu esse destino de “messias” muito cedo, onde os ideais da
liberal-democracia do Iluminismo foram combinadas com as idéias escatológicas
da seita protestante radical. Isso foi chamado de teoria do Destino Manifesto,
a qual se tornou o novo símbolo de crença por gerações de Americanos. De acordo
com essa teoria, a civilização Americana ultrapassou todas as culturas e
civilizações do Velho Mundo e em sua atual forma universal, isso é
obrigatória para todas as nações do planeta.
Com
o tempo, essa teoria diretamente confrontou, não apenas culturas do Oriente E
Ásia, mas veio conflitar com a Europa, a qual pareceu aos Americanos arcaicas e
cheias de tradições prejudiciais e antiquadas.
Por
sua vez, o Novo Mundo se afastou da herança do Velho Mundo. Logo após a Segunda
Guerra Mundial, o Novo Mundo se tornou o líder indisputável na própria Europa
com o “critérios de verdade” de outros. Isso inspirou uma correspondente onda
de domínio Americano e paralelamente o início de um movimento que procura
libertação do geopolítico controle brutal, transoceânico, estratégico,
econômico, e político do “Irmão mais velho”.
Integração do continente Eurasiano
No
século XX, a Europa se tornou consciente de sua comum identidade e passo a
passo começou a se mover em direção a uma união comum, apta a garantir plena
soberania, segurança, e liberdade para si própria e para todos os membros.
A
criação da União Européia se tornou o evento mais importante que ajudou a
Europa a recuperar seu status de poder mundial ao lado dos Estados Unidos da
América. Essa foi a resposta do Velho Mundo ao desafio excessivo do Novo Mundo.
Se
considerarmos a aliança dos EUA e da Europa Ocidental como vetor Atlântico do
desenvolvimento Europeu, a integração Européia sob a égide dos países
continentais (Alemanha, França) pode ser chamada de Eurasianismo Europeu. Isso
se torna mais e mais óbvio se considerarmos a teoria da Europa desde o Oceano
Atlântico até os Urais (S. de Goll) ou até mesmo Vladivostok. Em outras
palavras, a integração do Velho Mundo inclui o vasto território da Federação
Russa.
Então,
Eurasianismo nesse contexto pode ser definido como um projeto de estratégica,
geopolítica, e econômica integração do norte do continente Eurasiano,
considerado berço da história Européia e a matriz das nações Européias.
Paralela
à Turquia, a Rússia (da mesma forma que os ancestrais dos Europeus) é
historicamente conectada com o Turco, Mongol, e as nações do Cáucaso. A
Rússia dá à integração da Europa uma dimensão Eurasiana em ambos os sentidos
simbólico e geográfico (identificação do Eurasianismo com o continentalismo).
Durante
os últimos poucos séculos, a idéia da integração Européia tem sido proposta
pela facção revolucionária das elites Européias. Nos tempos antigos, similares
tentativas foram feitas por Alexandre Magno (integração do continente
Eurasiano) e Gengis Khan (fundador do maior império da história).
Eurásia como três grandes espaços-de-vida,
integrada em todo o meridiano.
Três cinturões Eurasianos (zonas meridianas)
O
vetor horizontal de integração é seguido por um vetor vertical.
Os
planos Eurasianos para o futuro presumem a divisão do planeta em quatro
cinturões geográficos verticais (zonas meridianas) do Norte ao Sul.
Dentro
dessas zonas, a divisão regional do laboro e da criação de áreas de
desenvolvimento e corredores de crescimento terão lugar.
Cada
um desses cinturões (zonas meridianas) contrabalanceia uns aos outros e juntos
balanceiam a zona meridiana do Atlântico. No futuro, esses cinturões podem ser
a base sobre a qual construir um mundo multipolar: o número de polos será mais
do que dois, no entanto, o número será muito menor do que o número atual de
estados-nação. O modelo Eurasiano propõe que o número de polos deve ser quatro.
Grandes espaços
As
zonas Meridianas no projeto Eurasiano consistem de vários "Grandes
Espaços" ou "impérios democráticos". Cada um possui liberdade
relativa e independência mas está estrategicamente integrado em uma zona
meridiana correspondente.
Os
Grandes Espaços correspondem às fronteiras das civilizações e incluem vários
estados-nação ou uniões de estados.
A
União Européia e o Grande Espaço Árabe, os quais integram o Norte, o
Trans-Saara da África e Oriente Médio, formam Euro-África.
A
zona Rússia-Central Asiática é formada por três Espaços Grandes que às vezes se
sobrepõem uns aos outros. A primeiro é a Federação Russa, juntamente com vários
países da CEI - membros da União Eurasiana. O segundo é o Grande Espaço de Islã
continental (Turquia, Irã, Afeganistão, Paquistão). Os países Asiáticos da CEI
cruzam com esta zona.
O
terceiro Grande Espaço é o Industão, o qual é um setor de civilização
auto-dependente.
A
zona meridiana do Pacífico é determinada por um condomínio de dois grandes
espaços (China e Japão) e também inclui Indonésia, Malásia, As Filipinas, e
Austrália (alguns pesquisadores conectam-na com a zona meridiana Americana).
Esta região geopolítica é muito mosáica e pode ser diferenciada por muitos
critérios.
A
zona meridiana Americana consiste nos Grandes Espaços Americano-Canadense,
Central, e Norte Americano.
Importância da quarta zona
A
estrutura do mundo baseada em zonas meridianas é aceita pela maioria dos
geopolíticos Americanos que buscam a criação de uma Nova Ordem Mundial e da
globalização unipolar. No entanto, um obstáculo é a existência do espaço
meridiano da Rússia-Central Asiática: a presença ou ausência deste cinturão
muda radicalmente o quadro geopolítico do mundo.
Futurólogos
Atlânticos dividem o mundo nas três zonas seguintes:
1. Polo Americano, com a União
Européia como sua periferia de curto-alcance (Euro-África como uma exceção) e
2.
Regiões
Asiáticas e do Pacífico como sua periferia de longo-alcance..
3. Rússia e Ásia Central são
fracionais, mas sem elas como uma zona meridiana independente, nosso mundo é
unipolar.
Esta
última zona meridiana contrabalanceia a pressão americana e fornece as zonas
Européia e do Pacífico a capacidade de agir como polos de civilizações
auto-dependentes.
Balança
multipolar real, liberdade, e a independência dos cinturões meridianos, Grandes
Espaços, e estados-nações dependem do sucesso da criação da quarta zona. Além
disso, isso não é suficiente para ser um polo em um modelo bipolar de mundo: o
rápido progresso dos Estados Unidos da América pode ser contrabalanceado apenas
pela sinergia de todas das três zonas meridianas.
O
projeto Eurasiano propõe super-projeto para essa quarta-zona em um geopolítico
nível estratégico.
Eurasianismo como Weltanschauung
A
última definição do Eurasianismo caracteriza um específico Weltanschauung: uma
filosofia política combinando tradição, modernidade, e até elementos do
pós-modernismo. Essa filosofia tem como sua prioridade a sociedade tradicional;
reconhece a imperatividade da modernização técnica e social (sem separação da
cultura tradicional); e esforça-se para a adaptação do seu programa ideológico
para a sociedade pós-industrial, informacional, a qual é chamada
pós-modernismo.
Pós-modernismo
formalmente remove contraposições da tradição e do modernismo,
desarticulando-os e os fazendo iguais. Pós-modernismo Eurasiano, ao contrário,
promove uma aliança da tradição e do modernismo como um construtivo, otimista,
energético impulso para a criação e crescimento.
A
filosofia Eurasiana não nega as realidades descobertas pelo Iluminismo:
religião, nação, império, cultura etc. Ao mesmo tempo, as melhores conquistas
do modernismo são usadas amplamente: os avanços tecnológicos e econômicos,
garantias sociais, a liberdade de trabalho. Os extremos se tocam uns com os
outros, fusionando-se em uma teoria unificadora harmônica e original,
inspirando pensamento novo e novas soluções para os problemas eternos que
pessoas têm enfrentado ao longo da história.
Eurasianismo como uma filosofia aberta
Eurasianismo
é uma filosofia aberta, não-dogmática, que pode ser enriquecida com novos
conteúdos: religião, descobertas sociológicas e etnológicas, geopolíticas,
econômicas, geografia nacional, cultura, pesquisa política e estratégica etc.
Além disso, a filosofia Eurasiana oferece soluções originais em contextos
culturais e linguais específicos: o Eurasianismo Russo não será o mesmo que em
versões Francesas, Alemãs, Iranianas.
No
entanto, o quadro principal da filosofia permanecerá invariável.
Princípios do Eurasianismo
Os
princípios básicos do Eurasianismo são os seguintes:
§ Diferencialismo, o pluralismo de
sistemas de valores versus a obrigatória convencional dominação de uma
ideologia (primeiro a liberal-democracia Americana e adiante);
§ Tradição versus supressão de
culturas, dogmas, e descobertas da sociedade tradicional;
§ Direitos de nações versus os “bilhões de ouro” e a hegemonia
neocolonial do “Norte rico”;
§ Etnicidades como valores e
sujeitos da história versus a despersonalização de nações, aprisionadas como
construções sociais artificiais;
§ Justiça social e solidariedade
humana versus exploração e humilhação do homem pelo homem.
Que
Deus nos ajude a vencer as grandes desafios dessa globalização e que a igreja
de Cristo esteja na sua posição diante de Deus esperando A Vinda de
Jesus.......
Em
Cristo
Pr.
Capelão Edmundo Mendes Silva