segunda-feira, 2 de junho de 2014

GUERRA DE MODELOS GLOBALIZANTES

Existem 3 modelos atualmente disputando na engrenagem da Globalização Mundial o poder e domínio, onde eles podem
Mudar todo o sistema em que vivemos para um caos total. A saber:

1.    GLOBALIZAÇÃO: A NOVA ORDEM MUNDIAL

Com o fim da oposição capitalismo X socialismo, o mundo se defrontou com uma realidade marcada pela existência de um único sistema político-econômico, o capitalismo. Exceto por Cuba, China e Coréia do Norte, que ainda apresentam suas economias fundamentadas no socialismo, o capitalismo é o sistema mundial desde o início da década de 90.
À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já vinham afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do séc. XX, resultando na chamada nova ordem mundial.
As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Durante a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento econômico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista. Além disso, a conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu as regras da economia mundial, determinou que o dólar substituiria o ouro como padrão monetário internacional.
Os EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando criar um pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, também impedir o avançado socialismo no continente.
A ascensão da economia japonesa foi acompanhada de uma expansão econôm
ica e financeira do país em
direção aos seus vizinhos da Ásia, originando uma região de forte dinamismo econômico.

2.    A VOLTA DO CALIFADO NOS PAÍSES MUÇULMANOS
A Al-Qaeda é o rosto do terrorismo global, um terrorismo violento, errático nas vitimas que provoca e racional nos alvos e objetivos que pretende alcançar. No plano ideológico, como movimento, tem que ser analisado na óptica da ‘ideologia manifesta’ e na óptica da ‘ideologia latente’.
A ‘ideologia manifesta’, expressa-se no fundamentalismo religioso, no regresso do Islão às suas origens, à pureza dos seus antepassados (salaf). Na óptica da ‘ideologia latente’, o radicalismo, o Islão político de retorno ao califado como modelo social e político congregador e aglutinador da comunidade dos crentes (a umma).
É nesta dicotomia que se cruza o modelo realista atual de raiz fundamentalista como fator mobilizador, e o modelo radical utópico idealizado por uma estrutura de topo. Utópico porque à “semelhança de marxistas e dos neoliberais, os islamitas radicais vêem a história como um mundo novo”. Nesse novo mundo “o poder e o conflito desaparecem. Esta é uma invenção da imaginação revolucionária, e não uma receita para uma sociedade moderna viável; mas neste aspecto o novo mundo imaginado pela Al-Qaeda em nada difere das fantasias planeadas por Marx e Bakunin, por Lenine e Mao, e pelos evangelistas neoliberais, que tão recentemente anunciaram o fim da história. E tal como aconteceu com esses movimentos ocidentais modernos, a Al-Qaeda encalhará nas imutáveis necessidades humanas”. 
É nesta utopia que se vive o sonho da restauração do Califado Islâmico. O General Loureiro dos Santos, no seu livro “O Império debaixo de fogo” transcreve uma tradução sobre “O futuro do terrorismo – o que a Al-Qaeda realmente quer”, publicado no Spiegel online a 12 de Agosto de 2005. Os objetivos estratégicos (intermédios) descritos em sete fases prevêm o estabelecimento final do califado em 2020:

A primeira fase, conhecida como “o despertar”, já foi percorrida, e durou de 2000 a 2003, mais precisamente, dos ataques terroristas de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, à queda de Bagdade em 2003. A finalidade dos atentados de 11 de Setembro foi provocar os Estados Unidos a entrarem em guerra no mundo islâmico, e então, provocar o despertar dos muçulmanos. “Segundo os estrategistas e ideólogos da Al-Qaeda, a primeira fase teve imenso sucesso”, escreve Hussein. “Aberto o teatro de operações, os americanos e os seus aliados tornaram-se num objetivo próximo e fácil”. Também se afirma que a rede terrorista está satisfeita pelo fator de a sua mensagem estar a ser ouvida por todo o lado.

A segunda fase, “abrindo os olhos” é, de acordo com a definição de Hussein, período em que nos encontramos,que durará até 2006. Diz Hussein que os terroristas esperam que a conspiração ocidental fique ciente da “comunidade islâmica”. Hussein acredita que esta é a fase durante a qual a Al-Qaeda pretende que a organização evolua para movimento. A rede está a investir no recrutamento de jovens, ao longo deste período. O Iraque deverá tornar-se no centro de todas as operações globais, criando ai um “exército” e estabelecendo bases noutros Estados árabes.

A terceira fase é descrita como “progredindo e consolidando”, e deverá durar de 2007 a 2010. “O foco será a Síria”, profetisa Hussein com base no que as suas fontes lhe disseram. Os quadros combatentes já estão supostamente preparados e alguns encontram-se no Iraque. São previstos atentados na Turquia e, com maior intensidade em Israel. Os mentores da Al-Qaeda aguardam que os ataques em Israel os ajudem a que o grupo terrorista venha a ser uma organização conhecida. O autor também crê que os países vizinhos do Iraque, como a Jordânia, ficaram em perigo.

A quarta fase, entre 2010 e 2013, será a altura, segundo Hussein, em que a Al-Qaeda conseguirá o colapso dos odiados governos árabes. A estimativa é que, neste período, “a humilhante perda de poder dos regimes conduzirá ao aumento da força da Al-Qaeda”. Ao mesmo tempo, devem ser desferidos ataques contra os produtores de petróleo e atingida a economia norte-americana, usando o ciberterrorismo.

A quinta fase será o período durante o qual pode ser declarado o Estado Islâmico, ou Califado. O plano é que, por esta altura, entre 2013 e 2016, a influência ocidental no mundo islâmico seja tão reduzida e Israel tenha enfraquecido de tal modo, que a resistência não é de temer. A Al-Qaeda espera que, nesta fase, esteja com capacidade de estar prestes a estabelecer uma nova ordem internacional.

A sexta fase, para Hussein, ocorrerá de 2016 em diante, e no seu decurso haverá um período de “confrontação total”. Logo que o califado tenha sido declarado, o “exército islâmico” instigará a “luta entre os crentes e os não crentes ”, que tem sido frequentemente prevista por Ossama Bin Laden.

A sétima fase, como etapa final de todo o processo, é descrita como “vitória definitiva”. Hussein escreve que, aos olhos dos terroristas, uma vez que o resto do mundo se encontrará tão enfraquecido, por acção dos “mil e quinhentos milhões de muçulmanos”, o califado prevalecerá, indubitavelmente. “Esta fase deverá estar completa até 2020, embora a guerra não deva durar mais do que dois anos.” 

É na realidade da ‘ideologia manifesta’, que se expressa a ameaça para o ocidente. É naquilo que Jason Burke define como a 3ª fase da Al-Qaeda, “a metodologia, a máxima, o preceito, a norma, a maneira de ver o fim. O núcleo desagregou-se, a ‘rede das redes’ rompeu-se. Para ser membro da Al-Qaeda basta afirma-lo”. Porque pertencer à Al Qaeda “significa não pertencer a nenhum território e não reconhecer a autoridade de nenhuma lei criada pelo homem” 

Na prática significa que a estrutura superior deixou de ter capacidade de comando e controlo sobre a organização. Se algo existe em termos de direção está “a exercer-se à distância, através de éditos religiosos gerais e da propagação de uma doutrina de ódio e violência, embora usufruindo da celeridade da internet e do telemóvel”. 

A Al-Qaeda passou a uma lógica de ‘holding’, atuando os seus elementos de base numa lógica de ‘procuração’ ou de ‘frainchising’.
A grande vitória de Bin Laden, acidental ou não, foi a forma como a mensagem se espalhou. Esta nova Al-Qaeda não necessita de uma estrutura de comando centralizada, ela gere-se por si. De tal forma que o terrorismo de matriz islâmica passou a ser um fenômeno endógeno do ocidente.
É na exclusão social e na inadaptação gradual dos costumes ocidentais que o terrorismo islâmico tem recrutado os seus mártires. Na mesquita ou na madrassa, na prisão, o futuro mártir encontra compreensão e apoio, um sentido de vida e um sentimento de pertença grupal. É no grupo que o futuro mártir se vai sentir valorizado, vai aprender a defender os valores transmitidos de pertença, reagir com indignação e contra-atacar quando se sente ameaçado. Deste modo, na sua lógica e na lógica do grupo, as suas ações são plenamente justificadas.

É nas franjas “radicalizadas das comunidades muçulmanas” do ocidente que a Al-Qaeda se alimenta, e a dúvida reside em saber se neste “cavalo de troia" de milhões de muçulmanos a viver no ocidente, poderá vir a minar este mesmo ocidente a partir do seu interior. 

Ossama Bin Laden lançou a semente.

O Irã e suas relações internacionais no mundo globalizado
Após o atentado de 11 de setembro de 2001, na cidade Nova York, nos EUA, a expressão "Eixo do Mal" foi utilizada pelo ex Presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, em seu discurso anual no Congresso norte-americano em 2002, para se referir a três países, considerados “Estados Vilões”, que, a seu ver,  constituíam uma grave ameaça ao mundo e à segurança dos EUA, que eram a Coréia do Norte, o Irã e o Iraque. Estes países, de acordo com ex Presidente George W. Bush, desenvolviam armas de destruição em massa ou patrocinavam o terrorismo regional e mundial, ou faziam as duas coisas ao mesmo tempo.
Mais tarde, os Estados Unidos da America incluíram também Cuba, Líbia, e Síria, a este seleto grupo de países. Talvez a expressão eixo do mal seja  uma dupla referência histórica, ao lembrar o eixo Berlim-Roma-Tóquio na II Guerra Mundial, e as ideologias do nazismo alemão, do facismo italiano e do nacionalismo japonês.  
O termo “império do mal”, foi utilizado pelo Governo de o ex Presidente dos EUA, Ronaldo Reagan quando se referia à extinta URSS,  durante a Guerra Fria. A existência de um “Eixo do Mal”, mantém latente a ameaça exterior e justifica a necessidade de manutenção de uma expressiva parcela do orçamento norte americano na área  Defesa.
Entre os Países que integram o denominado Eixo do Mal, segundo o ex Presidente dos EUA, George Bush, já tivemos a oportunidade de nos manifestarmos sobre o Iraque, em nosso livro,  “Soberania - O Quarto Poder do Estado” (Cabral Editrora Livraria Universitária,  p. 35-36, 287 a 293-345).  Manifestamos sobre a Coreia do Norte, no Artigo “A Coreia do Norte e suas Relações Internacionais no Mundo Globalizado”.  Agora, sobre o Irã, manifestaremos pelo presente Artigo,  “O Irã e suas Relacões Internacionais no Mundo Globalizado”.

3.    EURASIANISMO COMO A VIA PARA A REAL MULTIPOLARIDADE
A relevância do método geopolítico. Os princípios básicos. A Terra e o Mar: o que esses termos significam na geopolítica?

O eurasianismo e atlantismo.
O que é Eurasianismo? Os diferentes níveis de entendimento.

Eurasianismo como uma luta filosófica
A Ideia Eurasiana representa uma fundamental revisão da história política, ideológica, étnica e religiosa da humanidade, e oferece um novo sistema de classificações e categorias que superam os clichês padrões. A teoria eurasiana compreende dois estágios – um período formacional do Eurasianismo clássico no início do século XX por intelectuais imigrantes Russos (Trubeckoy, Savickiy, Alekseev, Suvchinckiy, Iljin, Bromberg, Hara-Davan etc.) seguido pelos trabalhos históricos de Leonid Gumilev e, finalmente, a constituição do neo-Eurasianismo (segunda metade da década de 80 até o presente).

Eurasianismo como uma tendência global
Globalização como o corpo principal da história moderna
Em sentido amplo, a Idéia Eurasiana e até a Eurásia como conceito não correspondem estritamente às fronteiras geográficas do continente Eurasiano. A Idéia Eurasiana é uma estratégia de escala global que reconhece a objetividade da globalização e o fim dos “nações-estados” (Estados-Nações), mas ao mesmo tempo oferece um cenário diferente de globalização, o qual não confere um mundo unipolar ou um único governo global. Ao invés, ela oferece várias zonas globais (polos). A Idéia Eurasiana é uma alternativa ou versão multipolar da globalização, mas a globalização é atualmente o processo mundial mais fundamental que está decidindo o principal vetor da história moderna.

Paradigma da globalização - paradigma do Atlantismo
O estado-nação de hoje está sendo transformado em um estado global; nós estamos face à constituição de sistemas de governos planetários dentro de um só sistema econômico-administrativo. Acreditar que todas as nações, classes sociais, e modelos econômicos podem subitamente começar a cooperar com a base dessa nova lógica mundial é errado. Globalização é unidimensional, fenômeno univetorial que tenta universalizar o ponto de vista Ocidental (Anglo-Saxão, Americano) de como melhor gerenciar a história humana. Ela é (muito freqüentemente conectada com supressão e violência) a unificação de diferentes estruturas - sócio-políticas, étnicas, religiosas e nacionais,  em um só sistema. É uma tendência histórica Ocidental e Européia que tem alcançado seu pico através da dominação dos Estados Unidos da América.
Globalização é a imposição do paradigma Atlântico. Globalização como Atlantismo absolutamente tenta evitar essa definição. Proponentes da globalização argumentam que quando não houver alternativa ao Atlantismo é que parará de haver Atlantismo. O Americano e filósofo político F. Fukuyama escreve sobre o “fim da História”, que na verdade significa o fim da história geopolítica e do conflito entre Atlantismo e Eurasianismo. Isso tem em vista uma nova arquitetura de um sistema mundial sem oposição e de apenas um polo – o polo do Atlantismo. Podemos também nos referir a isso como a Nova Ordem Mundial. O modelo de oposição entre dois polos (Oriente-Ocidente, Norte-Sul) transforma o modelo centro-periferia (centro – Ocidente, “rico Norte”, periferia – Sul). Essa variante de arquitetura mundial é completamente estranha ao conceito de Eurasianismo.

Globalização unipolar tem uma alternativa
Hoje a Nova Ordem Mundial não é nada mais que um projeto, plano, ou tendência. Ela é muito séria, mas não é fatal. Aderentes da globalização negam qualquer plano alternativo para o futuro, mas hoje estamos experenciando um fenômeno em larga-escala – contra-globalismo, e a Idéia Eurasiana coordena todos os oponentes da globalização unipolar em uma via construtiva. Além disso, ela oferece a idéia concorrente de globalização multipolar (ou globalização alternativa).

Eurasianismo como pluriverso.
O Eurasianismo rejeita o modelo de mundo centro-periferia. Ao invés disso, a Idéia Eurasiana sugere que o planeta consiste de uma constelação de espaços de vida parcialmente abertos uns aos outros. Essas áreas não são estados-nacionais, mas uma coalizão de estados, reorganizados em federações continentais ou “impérios democráticos” com um elevado grau de auto-governo interno. Cada uma dessas áreas é multipolar, incluindo um complicado sistema de étnicos, culturais, religiosos e administrativos fatores.
Nesse sentido global, o Eurasianismo é aberto a todos, a não considerar o lugar de nascimento, residência, nacionalidade ou cidadania de alguém. O Eurasianismo provê uma oportunidade de escolher um futuro diferente do clichê do Atlantismo e um sistema de valores para toda humanidade. O Eurasianismo não procura meramente o passado ou preserva o atual status quo, mas se esforça pelo futuro, reconhecendo que a atual estrutura do mundo precisa de mudanças radicais, que estados-nações e a sociedade industrial esgotaram todos os seus recursos. A Idéia Eurasiana não vê a criação de um governo mundial na base de valores liberais-democráticos como única rota para a humanidade. Em seu sentido mais básico, o Eurasianismo no século XXI é definido como a aderência a um mundo multipolar.

Atlantismo não é universal
O Eurasianismo rejeita absolutamente o universalismo do Atlantismo e Americanismo. O modelo de Ocidente-Europa e América tem muitos traços atraentes que podem ser adotados e honrados, mas, como um todo, ele é meramente um sistema cultural que tem o direito de existir em seu próprio contexto histórico junto com outras civilizações e sistemas culturais.
A Idéia Eurasiana protege não só sistemas de valores anti-Atlânticos, mas a diversidade de estruturas de valores. É um tipo de “poliverso” que provê espaço de vida para todos, incluindo os EUA e o Atlantismo, juntos com outras civilizações, porque o Eurasianismo também defende as civilizações da África, ambos os continentes Americanos, e a área do Pacífico paralela à Terra-natal Eurasiana.

A Idéia Eurasiana promove uma idéia global revolucionária
A Idéia Eurasiana em uma escala global é um conceito revolucionário global, convocada para ser uma nova plataforma de mutual entendimento e cooperação para um grande conglomerado de diferentes poderes: estados, nações, culturas, e religiões que rejeitam a versão Atlântica de globalização. Se analisarmos as declarações e relatos de vários políticos, filósofos, e intelectuais veremos que a maioria deles são aderentes (às vezes inconscientemente) da Idéia Eurasiana.
Se formos pensar acerca de todos aqueles que discordam do “fim da história” nossos espíritos serão elevados e a falha do conceito Americano de segurança estratégica para o século XXI conectada com a constituição do mundo unipolar será muito mais realista.
O Eurasianismo é o montante dos naturais, artificiais, objetivos, e subjetivos obstáculos na estrada da globalização unipolar; ele oferece uma construtiva, positiva oposição ao globalismo ao invés da simples negação.
Esses obstáculos, entretanto, permanecem não coordenados por enquanto, e proponentes do Atlantismo são aptos a gerenciá-los facilmente. Ainda, se esses obstáculos podem de alguma forma ser integrados a uma unida força, eles podem ser integrados a algo unido e a probabilidade de vitória se tornará muito mais séria.

Eurasianismo como o Velho Mundo (continente)
O Novo Mundo é uma parte do Segundo Velho Mundo ou um mais específico e estreito sentido da palavra Eurasianismo aplicável àquilo que chamamos de Velho Mundo. A Noção de Velho Mundo (tradicionalmente relativo à Europa) pode ser considerado em um contexto muito mais amplo. Ela é um super espaço multi-civilizacional, habitado por nações, estados, culturas, etnicidades, e religiões conectadas umas com as outras histórica e geograficamente por destino dialético. O Velho Mundo é um produto orgânico da história humana.
O Velho Mundo é freqüentemente oposto ao Novo Mundo, o continente Americano, descoberto por Europeus e transformado em uma plataforma para uma civilização artificial, onde projetos Europeus de modernismo foram criados. Ele foi construído baseado em ideologias humanamente produzidas como uma civilização purificada de modernismo.
Os Estados Unidos foi a sucessiva criação da “sociedade perfeita”, formada por intelectuais da Inglaterra, Irlanda, e França, enquanto os países da América do Sul e Central permaneceram colônias do Velho Mundo. A Alemanha e a Europa Oriental foram menos influenciadas por essa idéia de uma “sociedade perfeita”.
Nos termos de Oswald Spengler, dualismo entre o Velho e Novo Mundo podem ser trazidos para opostos: cultura-civilização, orgânico-artificial, histórico-técnico.

O Novo Mundo como Messias
Como um produto histórico da Europa Ocidental durante sua evolução, o Novo Mundo percebeu esse destino de “messias” muito cedo, onde os ideais da liberal-democracia do Iluminismo foram combinadas com as idéias escatológicas da seita protestante radical. Isso foi chamado de teoria do Destino Manifesto, a qual se tornou o novo símbolo de crença por gerações de Americanos. De acordo com essa teoria, a civilização Americana ultrapassou todas as culturas e civilizações do Velho Mundo e em sua  atual forma universal, isso é obrigatória para todas as nações do planeta.
Com o tempo, essa teoria diretamente confrontou, não apenas culturas do Oriente E Ásia, mas veio conflitar com a Europa, a qual pareceu aos Americanos arcaicas e cheias de tradições prejudiciais e antiquadas.
Por sua vez, o Novo Mundo se afastou da herança do Velho Mundo. Logo após a Segunda Guerra Mundial, o Novo Mundo se tornou o líder indisputável na própria Europa com o “critérios de verdade” de outros. Isso inspirou uma correspondente onda de domínio Americano e paralelamente o início de um movimento que procura libertação do geopolítico controle brutal, transoceânico, estratégico, econômico, e político do “Irmão mais velho”.

Integração do continente Eurasiano
No século XX, a Europa se tornou consciente de sua comum identidade e passo a passo começou a se mover em direção a uma união comum, apta a garantir plena soberania, segurança, e liberdade para si própria e para todos os membros.
A criação da União Européia se tornou o evento mais importante que ajudou a Europa a recuperar seu status de poder mundial ao lado dos Estados Unidos da América. Essa foi a resposta do Velho Mundo ao desafio excessivo do Novo Mundo.
Se considerarmos a aliança dos EUA e da Europa Ocidental como vetor Atlântico do desenvolvimento Europeu, a integração Européia sob a égide dos países continentais (Alemanha, França) pode ser chamada de Eurasianismo Europeu. Isso se torna mais e mais óbvio se considerarmos a teoria da Europa desde o Oceano Atlântico até os Urais (S. de Goll) ou até mesmo Vladivostok. Em outras palavras, a integração do Velho Mundo inclui o vasto território da Federação Russa.
Então, Eurasianismo nesse contexto pode ser definido como um projeto de estratégica, geopolítica, e econômica integração do norte do continente Eurasiano, considerado berço da história Européia e a matriz das nações Européias.
Paralela à Turquia, a Rússia (da mesma forma que os ancestrais dos Europeus) é historicamente conectada com o Turco, Mongol, e as nações  do Cáucaso. A Rússia dá à integração da Europa uma dimensão Eurasiana em ambos os sentidos simbólico e geográfico (identificação do Eurasianismo com o continentalismo).
Durante os últimos poucos séculos, a idéia da integração Européia tem sido proposta pela facção revolucionária das elites Européias. Nos tempos antigos, similares tentativas foram feitas por Alexandre Magno (integração do continente Eurasiano) e Gengis Khan (fundador do maior império da história).

Eurásia como três grandes espaços-de-vida, integrada em todo o meridiano.

Três cinturões Eurasianos (zonas meridianas)
O vetor horizontal de integração é seguido por um vetor vertical.
Os planos Eurasianos para o futuro presumem a divisão do planeta em quatro cinturões geográficos verticais (zonas meridianas) do Norte ao Sul.
Dentro dessas zonas, a divisão regional do laboro e da criação de áreas de desenvolvimento e corredores de crescimento terão lugar.
Cada um desses cinturões (zonas meridianas) contrabalanceia uns aos outros e juntos balanceiam a zona meridiana do Atlântico. No futuro, esses cinturões podem ser a base sobre a qual construir um mundo multipolar: o número de polos será mais do que dois, no entanto, o número será muito menor do que o número atual de estados-nação. O modelo Eurasiano propõe que o número de polos deve ser quatro.

Grandes espaços
As zonas Meridianas no projeto Eurasiano consistem de vários "Grandes Espaços" ou "impérios democráticos". Cada um possui liberdade relativa e independência mas está estrategicamente integrado em uma zona meridiana correspondente.
Os Grandes Espaços correspondem às fronteiras das civilizações e incluem vários estados-nação ou uniões de estados.
A União Européia e o Grande Espaço Árabe, os quais integram o Norte, o Trans-Saara da África e Oriente Médio, formam Euro-África.
A zona Rússia-Central Asiática é formada por três Espaços Grandes que às vezes se sobrepõem uns aos outros. A primeiro é a Federação Russa, juntamente com vários países da CEI - membros da União Eurasiana. O segundo é o Grande Espaço de Islã continental (Turquia, Irã, Afeganistão, Paquistão). Os países Asiáticos da CEI cruzam com esta zona.
O terceiro Grande Espaço é o Industão, o qual é um setor de civilização auto-dependente.
A zona meridiana do Pacífico é determinada por um condomínio de dois grandes espaços (China e Japão) e também inclui Indonésia, Malásia, As Filipinas, e Austrália (alguns pesquisadores conectam-na com a zona meridiana Americana). Esta região geopolítica é muito mosáica e pode ser diferenciada por muitos critérios.
A zona meridiana Americana consiste nos Grandes Espaços Americano-Canadense, Central, e Norte Americano.

Importância da quarta zona
A estrutura do mundo baseada em zonas meridianas é aceita pela maioria dos geopolíticos Americanos que buscam a criação de uma Nova Ordem Mundial e da globalização unipolar. No entanto, um obstáculo é a existência do espaço meridiano da Rússia-Central Asiática: a presença ou ausência deste cinturão muda radicalmente o quadro geopolítico do mundo.
Futurólogos Atlânticos dividem o mundo nas três zonas seguintes:
1.     Polo Americano, com a União Européia como sua periferia de curto-alcance (Euro-África como uma exceção) e
2.     Regiões Asiáticas e do Pacífico como sua periferia de longo-alcance..
3.     Rússia e Ásia Central são fracionais, mas sem elas como uma zona meridiana independente, nosso mundo é unipolar.
Esta última zona meridiana contrabalanceia a pressão americana e fornece as zonas Européia e do Pacífico a capacidade de agir como polos de civilizações auto-dependentes.
Balança multipolar real, liberdade, e a independência dos cinturões meridianos, Grandes Espaços, e estados-nações dependem do sucesso da criação da quarta zona. Além disso, isso não é suficiente para ser um polo em um modelo bipolar de mundo: o rápido progresso dos Estados Unidos da América pode ser contrabalanceado apenas pela sinergia de todas das três zonas meridianas.
O projeto Eurasiano propõe super-projeto para essa quarta-zona em um geopolítico nível estratégico.

Eurasianismo como Weltanschauung
A última definição do Eurasianismo caracteriza um específico Weltanschauung: uma filosofia política combinando tradição, modernidade, e até elementos do pós-modernismo. Essa filosofia tem como sua prioridade a sociedade tradicional; reconhece a imperatividade da modernização técnica e social (sem separação da cultura tradicional); e esforça-se para a adaptação do seu programa ideológico para a sociedade pós-industrial, informacional, a qual é chamada pós-modernismo.
Pós-modernismo formalmente remove contraposições da tradição e do modernismo, desarticulando-os e os fazendo iguais. Pós-modernismo Eurasiano, ao contrário, promove uma aliança da tradição e do modernismo como um construtivo, otimista, energético impulso para a criação e crescimento.
A filosofia Eurasiana não nega as realidades descobertas pelo Iluminismo: religião, nação, império, cultura etc. Ao mesmo tempo, as melhores conquistas do modernismo são usadas amplamente: os avanços tecnológicos e econômicos, garantias sociais, a liberdade de trabalho. Os extremos se tocam uns com os outros, fusionando-se em uma teoria unificadora harmônica e original, inspirando pensamento novo e novas soluções para os problemas eternos que pessoas têm enfrentado ao longo da história.

Eurasianismo como uma filosofia aberta
Eurasianismo é uma filosofia aberta, não-dogmática, que pode ser enriquecida com novos conteúdos: religião, descobertas sociológicas e etnológicas, geopolíticas, econômicas, geografia nacional, cultura, pesquisa política e estratégica etc. Além disso, a filosofia Eurasiana oferece soluções originais em contextos culturais e linguais específicos: o Eurasianismo Russo não será o mesmo que em versões Francesas, Alemãs, Iranianas.
No entanto, o quadro principal da filosofia permanecerá invariável.

Princípios do Eurasianismo
Os princípios básicos do Eurasianismo são os seguintes:
 §  Diferencialismo, o pluralismo de sistemas de valores versus a obrigatória convencional dominação de uma ideologia (primeiro a liberal-democracia Americana e adiante);
 §  Tradição versus supressão de culturas, dogmas, e descobertas da sociedade tradicional;
 §  Direitos de nações versus os “bilhões de ouro” e a hegemonia neocolonial do “Norte rico”;
 §  Etnicidades como valores e sujeitos da história versus a despersonalização de nações, aprisionadas como construções sociais artificiais;
 §  Justiça social e solidariedade humana versus exploração e humilhação do homem pelo homem.

Que Deus nos ajude a vencer as grandes desafios dessa globalização e que a igreja de Cristo esteja na sua posição diante de Deus esperando A Vinda de Jesus.......

Em Cristo
Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva