terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

DOMÍNIO DA LÍNGUA


"Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
A apostasia nos últimos tempos. Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz."
Tg 3.2-18


Uma das áreas mais difíceis de dominar, mas de extrema necessidade para o crente, é a língua. Um órgão tão pequeno com tão grande poder. É como o leme de um grande navio, ou o freio que domina o cavalo.
O domínio próprio é parte do fruto do Espírito (Gl 5.22). Portanto, devemos buscar a capacidade do Espírito Santo para dominar a língua, com entendimento (Sl 32.9), pois o homem sem domínio próprio é como uma cidade sem muros, desprotegida (Pv 25.28). O que domina o seu espírito é melhor do que o que toma uma cidade (Pv 16.32).O crente maduro não é o que sabe falar tudo, mas o que sabe falar só o que convém, na hora certa.O religioso que não refrear a língua, a sua religião é vã (Tg 1.26). O crente cheio do Espírito Santo não é só o que fala em línguas, mas o que domina a sua língua!


A boca fala do que está cheio o coração
Aquilo que está no nosso coração transborda quando falamos e seremos julgados por nossas palavras (Mt 12.34-37)O que sai da boca (procedente do coração) é o que contamina o homem (Mt 15.11, 17-19).Quem habitará no tabernáculo de Deus, usa bem a língua (Sl 15.1-5).A boca nunca será controlada se a mente (coração) não for (Pv 4.23). Pense em coisas boas (Fp 4.8) e você falará delas.Muitos crentes só falam da vida alheia, da novela, do governo. Que será que está inundando seu coração? Será que o crente que medita dia e noite (Sl 1) na Palavra de Deus consegue falar desta maneira?


Devemos aprender a falar pouco
Quem fala muito, tem perturbações (Pv 13.3; 21.23). Sempre deixa escapar uma palavra que não gostaria, mas depois de lançada é como uma flecha atirada, não volta atrás.Deus nos deu dois ouvidos e apenas uma boca. Não seria para falarmos muito menos do que ouvimos?
Devemos estar prontos para ouvir e tardio para falar (Tg 1.19,26). A palavra dita no tempo certo é preciosa (Pv 25.11). Não devemos precipitar-nos com a boca. Há o tempo de falar e de ficar calado (Ec 5.2; 3.1,7; Pv 29.20; 12.18; 10.19; 17.27). É melhor ficar calado do que falar tolice! Uma palavra só vale a pena ser dita, se ela for melhor que o silêncio.Temos muitos exemplos de homens que se precipitaram, como Jefté, que prometeu oferecer a Deus a primeira pessoa que viesse lhe receber em casa (Jz 11.30,31) e cabou tendo que oferecer a própria filha!


Devemos falar coisas boas
O crente precisa ser fonte de águas doces, que abençoa, que traz uma palavra de ânimo, que fala com sabedoria e amor. Todos vão querer ouvi-lo. Muita gente não quer ouvir os crentes pregando o evangelho, pois sua mensagem só traz condenação. Jesus veio para salvar, não para condenar. A mensagem do evangelho é uma boa nova.A sabedoria do Senhor: a minha língua falará coisas boas (Pv 8.6-8)A nossa palavra deve ser temperada, equilibrada (Cl 4.6). Palavra de edificação e que dê graça ao que ouve (Ef 4.29-32)Refreie sua língua do mal (1 Pe 3.8-11; Sl 34.12-14)Devemos evitar a mentira (Pv 12.22; 6.16,19; 11.9-13; Cl 3.8-10; Ap 21.27) e contenda. Nem por brincadeira devemos fazê-lo (Pv 26.18,19)Fofoca, contenda, difamação (1 Tm 3.11)Não intrometido (1 Pe 4.15; 1 Ts 4.11). Não mexeriqueiro (Lv 19.16; Pv 20.19) que vive fazendo fofoca. Isto é abominável aos olhos de Deus. Deus purificou a boca de Isaías antes de usá-lo (Is 6.7)


Devemos ter cuidado com o que dizemos
Há poder nas palavras – poder de vida e morte (Pv 18.21). As palavras causam impressão forte e com elas podemos estimular vida nas pessoas, encorajá-las, ou podemos semear morte, desencorajando-as, amaldiçoando-as e diminuindo seu valor.O que dizemos aos nossos filhos? “Esse menino não tem jeito!”, “Essa menina não muda nunca!”. Cuidado para não agirmos como a galinha que bica seus próprios ovos, destruindo sua futura prole, pois a única maneira de fazê-la para com isto é queimando o bico!
Declaramos problemas para nós? “Quanto mais oro, pior fica!”, “Vou acabar enlouquecendo!”, “Se continuar assim vou adoecer!”. Cuidado com o que dizemos, pois Deus nos ouve, como ouviu a Israel no deserto (Nm 14.2,28-32) e o inimigo procura meios de acusar-nos conforme nós falamos.


Sejamos profetas de Deus e não do diabo! Usemos nossa língua para edificar e não destruir!
Devemos falar com sabedoria e bom-senso (Pv 15.23; 25.11). Devemos confessar o que cremos (2 Co 4.13; Ez 37.1-4; Rm 10.9,10). Abençoe-se em Deus: declare a benção do Senhor sobre sua casa e sua família (Is 65.16-18). Acredite e confesse: a mulher hemorrágica, apesar das suas muitas dificuldades, acreditou e confessou que Jesus tinha benção para ela (Mc 5.28). Os crentes e o ministério devem ter palavra fiel, sem contradição (Mt 5.37; 1 Tm 3.8)


Devemos agradecer e não murmurar
Jesus ordenou: não murmureis (Jo 6.43). Aqueles que murmuraram são exemplos para nossa advertência (1 Co 10.9-11)Não devemos murmurar, mas agradecer pelo que Deus tem nos dado (1 Pe 2.1,2). A murmuração demonstra incredulidade e desonra a Deus.Devemos dar ao Senhor ações de graças e não murmuração (1 Ts 5.18; Ef 5.20; Fp 4.6; 2.14,15). Gratidão e não palavras torpes (Ef 5.3,4) Elias no zimbro murmurou (1 Rs 19.4,5). Tantas bênçãos e vitórias, mas ele só soube murmurar!Agradeça pelas pequenas coisas (Zc 4.10): o pão de cada dia, a saúde, o ar que respiramos, etc. Recebe o salário e diz: “a mixaria”, “a miséria”. Diga: “a minha abençoada renda”.


Não devemos julgar
Jesus nos advertiu: Não julgueis (Mt 7.1,2; Rm 2.1). Quando julgamos, nos colocamos na posição de juízes e acima daqueles a quem julgamos. Não faleis mal uns dos outros. Somos juízes ou cumpridores? (Tg 4.11) Tires o dedo que ameaça e não fale palavras vãs e o Senhor te abençoará (Is 58.9,13,14) Escândalos virão, mas devemos perdoar que é nossa obrigação (Lc 17.1-10).Existem duas palavras no grego que chamam nossa atenção: Diabolos (acusador) é usada para designar a obra do inimigo e Parakletos (ajudador) para falar da obra do Espírito Santo. Podemos fazer a obra do Espírito Santo, ajudando, encorajando, ou a do inimigo, apontando, acusando, julgando. É uma escolha pessoal.
Se tivermos dificuldades para dominar a língua, devemos orar como o salmista: “Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141.3).

Deus nos abençõe em Cristo Jesus

Pr. Edmundo