sexta-feira, 3 de julho de 2015

O PERIGO DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Tendência à convivência pacífica entre credos diferentes no Brasil tem sido cada vez mais posta em xeque, de uma forma que as autoridades não podem ignorar.

A tolerância religiosa no Brasil nunca foi pura e simplesmente uma medida imposta por decreto. É, antes disso, um aspecto cultural. Por um lado, foi preciso incluir na Constituição artigo resguardando a liberdade de culto e proteção contra a discriminação, porque tais garantias não seriam naturais; por outro, a convivência entre credos distintos foi facilitada pela formação do povo. A miscigenação e a intimidade entre a casa-grande e a senzala resultaram em mecanismos de acomodação, como o sincretismo que uniu religiões aparentemente tão diferentes quanto o catolicismo e o candomblé. Na Bahia, por exemplo, eles se misturaram.
No entanto, a tendência à convivência pacífica tem sido cada vez mais posta em xeque, e de uma forma que as autoridades não podem fazer vista grossa. A série de reportagens publicada pelo GLOBO semana passada mostra que os fiéis da umbanda e do candomblé — 600 mil pelo Censo 2010 — foram vítimas de 22 das 53 denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, de janeiro a 11 de julho deste ano. Além disso, um estudo da PUC-Rio registrou que, num grupo de 840 terreiros, 430 foram alvo de discriminação, sendo 57% dos casos em locais públicos.
Os ataques vão de manifestações de preconceito na escola e no trabalho a ofensas pessoais, ameaças, danificação de imagens e até a destruição de terreiros. A mãe de santo Conceição de Lissá, em Duque de Caxias, viu seu terreiro ser atacado oito vezes nos últimos oito anos. Em pelo menos um episódio, fanáticos usaram gasolina para atear fogo no quarto dos artigos usados nas cerimônias. Ou seja, além da humilhação e do dano moral, a integridade física dos fiéis está em risco.
A intolerância, por si só, já é inaceitável. Seja contra orientação sexual, etnia ou crença. Trata-se de um comportamento criminoso que deve ser punido como manda a lei.
Se a sociedade se mobiliza, mais obrigações ainda tem o poder publico, que deve ficar atento e ser ágil nas investigações. Caso a intolerância não seja punida exemplarmente, fiéis movidos pela absurda presunção de superioridade poderão se sentir encorajados a prosseguir, porque, afinal, estariam agindo “em nome de Deus". E é justamente assim que pensam radicais responsáveis por guerras milenares e terrorismo pelo mundo afora.
Leia mais sobre esse assunto em: 

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É CRIME DE ÓDIO E FERE A DIGNIDADE
O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis.

Celebração no Rio de Janeiro pede respeito à liberdade religiosa, em 21 de janeiro, com presença de adeptos de diversas tradições de fé.
A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana.
O agressor costuma usar palavras agressivas ao se referir ao grupo religioso atacado e aos elementos, deuses e hábitos da religião. Há casos em que o agressor desmoraliza símbolos religiosos, destruindo imagens, roupas e objetos ritualísticos. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode incluir violência física e se tornar uma perseguição.
Crítica não é o mesmo que intolerância. O direito de criticar encaminhamentos e dogmas de uma religião, desde que isso seja feito sem desrespeito ou ódio, é assegurado pelas liberdades de opinião e expressão. Mas, no acesso ao trabalho, à escola, à moradia, a órgãos públicos ou privados, não se admite tratamento diferente em função da crença ou religião. Isso também se aplica a transporte público, estabelecimentos comerciais e lugares públicos, como bancos, hospitais e restaurantes.

Presidente da CDH, Ana Rita faz duras críticas ao deputado Marco Feliciano.
Ainda assim, o problema é frequente no país. Algumas denúncias se referem à destruição de imagens de orixás do candomblé ou de santos católicos.
Ficou famoso no Brasil o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Sérgio Von Helder, que, em 1995, chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em rede nacional de TV. Há também casos de testemunhas de Jeová que são processadas por não aceitarem que parentes recebam doações de sangue, de adventistas do Sétimo Dia a quem não são dadas alternativas quando não trabalham ou não fazem prova escolar no sábado, e de medidas judiciais que impedem sacrifício de animais em ritos religiosos, entre outros.
Em janeiro, a TV Bandeirantes foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo por desrespeito à liberdade de crenças porque, em julho de 2010, exibiu comentários do apresentador José Luiz Datena relacionando um crime bárbaro à “ausência de Deus”. “Um sujeito que é ateu não tem limites. É por isso que a gente vê esses crimes aí”, afirmou o apresentador. A emissora foi condenada a exibir em rede nacional, no mesmo programa, esclarecimentos sobre diversidade religiosa e liberdade de crença.

Denúncias cresceram mais de 600% em um ano; crenças de matriz africana são as que mais sofrem ataques.
A quantidade de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cresceu mais de sete vezes em 2012 em relação a 2011, um aumento de 626%. A própria secretaria destaca, no entanto, que o salto de 15 para 109 casos registrados no período não representa a real dimensão do problema, porque o serviço telefônico gratuito da secretaria não possui um módulo específico para receber esse tipo de queixa. Ou seja, muitos casos não chegam ao conhecimento do poder público. A maior parte das denúncias é apresentada às polícias ou órgãos estaduais de proteção dos direitos humanos e não há nenhuma instituição responsável por contabilizar os dados nacionais.

A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir) também não possui dados específicos sobre violações ao direito de livre crença religiosa. No entanto, o ouvidor do órgão, Carlos Alberto Silva Junior, diz que o número de denúncias de atos violentos contra povos tradicionais (comunidades ciganas, quilombolas, indígenas e os professantes das religiões e cultos de matriz africana) relatadas à Seppir também cresceu entre 2011 e 2012.
Caminhada no Dia Contra Intolerância Religiosa, em Fortaleza. Data foi criada em 2007, após morte de líder do candomblé.
Muitas agressões são cometidas pela internet. Segundo a associação ­SaferNet, em 2012, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos ­recebeu 494 ­denúncias de intolerância religiosa praticadas em perfis do Facebook. O mundo virtual reflete a situação do mundo real. De 2006 a 2012, foram 247.554 denúncias ­anônimas de páginas e perfis em redes sociais que continham teor de intolerância religiosa.


Ministra da Seppir, Luiza Bairros ressalta a gravidade das agressões
A tendência é de queda: de 2.430 páginas em 2006 para 1.453 em 2012. Mas a tendência não significa que o número de casos reportados de intolerância religiosa tenha diminuído. “Uma das razões é a classificação feita pelo usuário. Mesmo páginas reportadas por possuir conteúdo racista, antissemita ou homofóbico têm, também, conteúdo referente à intolerância religiosa”, explica Thiago Tavares, coordenador da central.
Os dados foram ­divulgados pela Agência Brasil este ano no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro. A data foi instituída em 2007 pela Lei 11.635, em homenagem a Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, do terreiro Axé ­Abassá de Ogum, de Salvador. A religiosa do candomblé sofreu um enfarte após ver sua foto no jornal ­evangélico Folha Universal, com a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a indenizar os herdeiros da sacerdotisa.
A ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse, nas comemorações de 21 de janeiro, que os ataques a religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. “O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Não se trata apenas de uma ­disputa religiosa, mas também de uma disputa por valores civilizatórios”, disse.
Na ocasião, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançou um comitê de combate à intolerância religiosa. A ­iniciativa pretende promover o direito ao livre exercício das práticas religiosas e auxiliar na elaboração de políticas de afirmação da liberdade religiosa, do respeito à diversidade de culto e da opção de não ter religião.
O comitê terá 20 integrantes, sendo 15 deles representantes da sociedade civil com atuação na promoção da diversidade religiosa. Ainda sem data definida para começar efetivamente a funcionar, o comitê depende de um edital que selecionará os integrantes.
No período, passou de 31% para 37% a proporção de países com nível elevado ou muito alto de restrições. Entre os países com as maiores restrições governamentais (leis, políticas e ações para limitar práticas religiosas), estavam Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Afeganistão, China, Rússia e outros que somaram 6,6 pontos ou mais em um índice de máximo 10. O Brasil aparece, junto com Austrália, Japão e Argentina, em nível baixo, entre os países com 0 a 2,3 pontos.

Mesmo nos países com nível moderado ou baixo de restrições, houve aumento da intolerância. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve uma proposta — ­rejeitada pela Justiça — de declarar ilegal a lei islâmica. Na Suíça, foi proibida a construção de novos minaretes (torres em mesquitas). O aumento dessas restrições foi atribuído a fatores como crescimento de crimes e violência motivada por ódio religioso.

Agora, sem falar das passeatas GAYS, seja: o que significa isto?  TOLERÂNCIA OU INTOLERÂNCIA? 




























INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, PREGAÇÃO BÍBLICA E AÇÃO LIBERTADORA

Recebi por e-mail da irmã Esther, um artigo publicado no
Site http://critico.guerreirosdaluz.com.br/, que acusa alguns segmentos das igrejas neo-pentecostais, de buscarem estratégias de crescimento demonizando as religiões não cristãs, em especial as afro-brasileiras.

Não tenho dúvida alguma que alguns setores evangélicos abusam dos rituais de libertação, tornando-os verdadeiros espetáculos da fé. O que não dá para desassociar é a relação entre demônios e religião (devemos repensar e analisar como Jesus nos ensinou a realizar de forma eficiente os trabalhos de libertações feitos pelas igrejas neo-pentecostais, com unção divina e amor, sem que venha caracterizar humilhação e depreciação em qualquer tipo de atitude – Pr. Edmundo Mendes Silva).

O Novo Testamento é claro (eu ainda creio na Bíblia como Palavra de Deus), independente de qualquer argumento psicanalítico, antropológico, sociológico, teológico etc, que os demônios se instrumentalizam da religião para escravizar e oprimir o ser humano, afastando-o de Deus, destruindo pessoas, famílias e povos:
"Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado. E, expelido o demônio, falou o mudo; e as multidões se admiravam, dizendo: Jamais se viu tal coisa em Israel! Mas os fariseus murmuravam: Pelo maioral dos demônios é que expele os demônios”. (Mt 9.32-34)
"E, naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, Aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Senhores, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade; E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. E não somente há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram." (Atos 19.23-27)

"Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios." (1 Co 10.19-21)

Como Pastor e teólogo vejo que para pregar o evangelho, definitivamente não é necessário demonizar as pessoas que não são de uma religião, afinal o evangelho é Pleno em toda a sua ação de anúncio da boa notícia da encarnação do Verbo divino, e a redenção realizada em Cristo por amor gracioso pela humanidade perdida.
Não concordo que a visão principal da bíblia e dos ensinamentos de Jesus era humilhar, escarnecer e tripudiar da fé alheia, mas sim levar e instaurar o REINO DE DEUS e não uma igreja com o nome “Reino de Deus” e sim todas as igrejas de Cristo na face da terra e que La estiver operando, conforme os seus ensinamentos, fora disso não é igreja de Jesus.
É preciso também deixar claro que o "evangelho da boa notícia" é também o "evangelho da denúncia do pecado, da libertação, da restauração e da cura". É o evangelho da proclamação sem omissão da verdade.
"E CHEGARAM ao outro lado do mar, à província dos gadarenos. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender; Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar. E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido." (Mc 5.1-14)

Pelo visto, Jesus e Paulo enfrentariam algumas dificuldades em nossa época, como enfrentaram em seu próprio tempo e contexto. Essas acusações de preconceito e agressão às religiões não são novas. O fato é que nem Jesus nem Paulo tiveram preconceito pelas pessoas, simplesmente denunciaram o engano, o pecado e a ação demoníaca em algumas religiões, proclamando libertação aos cativos, restaurando a vista aos cegos e pondo em liberdade os oprimidos (Lc 4.14-18 “Então voltou Jesus para a Galiléia no poder do Espírito; e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. Ensinava nas sinagogas deles, e por todos era louvado.Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito:O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos”).
"E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu. E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados. E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade" (Atos 16.16-20)

Querem calar a voz profética da igreja no presente, assim como no passado, pela força da lei. Observem este comentário:
"Deve-se ter cautela com esses atuais métodos de Libertação Espiritual adotados por alguns segmentos evangélicos no Brasil, pois a demonização de outras religiões pode ser encarada como crime de discriminação ou preconceito de religião de acordo com o artigo 20 da Lei n.º 7.716/89, modificada pela Lei 9.459/97, que condena o ato de “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de religião”, sendo que isso cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, gera a reclusão de dois a cinco anos. (Cf.http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=124299 ).

"O Art. 208 do Código Penal também afirma ser crime “contra o sentimento religioso”, o ato de “escarnecer de alguém, publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
Sou contra qualquer tipo de escarnecimento de pessoas e por qualquer motivo, contra qualquer ato de perturbação ou violência contra objetos ou lugares onde cerimônias religiosas são praticadas, mas sou favorável à pregação bíblica. O que a Bíblia diz que é pecado é pecado. O que a Bíblia chama de demônios são demônios, o que a Bíblia chama de falsa doutrina é falsa doutrina, o que a Bíblia chama de Espíritos enganadores são espíritos enganadores. O que a Bíblia diz ser a verdade, é a verdade.

Vivemos um momento onde as pessoas querem liberdade para ser e fazerem o que quiserem, mas não querem dar liberdade para questionamentos e contestações. A Bíblia é questionadora, contestadora e denunciadora. O cristianismo não é apenas uma religião para ser vivida, é também para ser proclamada em toda a sua essência, no amor de Cristo que não omite a verdade que liberta (Jo 8.31-37 “Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos;e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém; como dizes tu: Sereis livres?Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não encontra lugar em vós”);

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”. (Mc 16.15-18)

Sou cristão, vou pregar evangelho e expulsar demônios da vida de quem precisa e deseja libertação, independente da religião que professe (inclusive de evangélicos).

Em meio a isso tudo, fiquei com uma dúvida "legal". O artigo diz:
"Pode-se citar o caso do Juiz de Direito Flávio Marcelo Fernandes, da 37ª Vara Criminal da Comarca da Capital (Rj), o qual recebeu a denúncia da Promotora Márcia Teixeira Velasco, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, contra Isaías da Silva Andrade, pastor da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Trabalhadores da Última Hora, por prática de preconceito religioso.

Segundo a denúncia, que cita a reportagem “Ladrão se entrega com Bíblia na mão”, da edição de 27 de novembro de 2007, do jornal “Meia Hora”, Isaías “praticou, de forma livre e consciente, discriminação ou preconceito de religião”, ao declarar sobre Rodrigo Carvalho Cruz, o Tico, acusado de roubar em Ipanema o turista italiano George Morassi que, ao fugir, morreu atropelado: “Ele estava possuído por uma legião de demônios, como o Exu Caveira e o Zé Pilintra. Fizemos uma libertação nele e o convencemos a se entregar hoje.” O pastor disse isso nas dependências da DC-Polinter, onde acompanhava a apresentação de Rodrigo à polícia.

Na opinião da Promotora, o candomblé e seus praticantes “foram atingidos diretamente com a declaração racista e discriminatória, eis que o denunciado vilipendiou entidades espirituais da matriz africana, com a espúria finalidade de proteção de autor de nefasto crime”. (Idem)

Nos casos onde o próprio demônio alega ser Exu Caveira, Pomba Gira, Zé Pilintra, Tranca Rua ou qualquer outra entidade espiritual de qualquer religião, quem será processado? O indivíduo que está expulsando o demônio, o indivíduo de quem o demônio está sendo expulso ou o próprio demônio?


Não é de uma guerra religiosa que estamos tratando (embora muitos quisesse tirar proveito dessas ideias), mas de realidades do mundo espiritual negligenciadas por aqueles que não conseguem ir além dos limites da razão, do concreto, do positivo, do tangível.

veja também: 
http://encontromissoes.blogspot.com.br/2013/06/classificacao-de-paises-por-perseguicao.html

Que Deus em Cristo nos conceda Paz
um abraço para todos

Pr. Capelão Edmundo Mendes Silva